Uma força-tarefa coordenada pela 2ª Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (2ª Din/Denarc/RS) pressionou as estruturas do crime organizado na madrugada desta quarta-feira (10), em uma ação monumental. Batizada como Operação Squadrone, a investida contou com a colaboração de polícias civis de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, além do apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Os números impressionam: 31 mandados de prisão, 43 de busca e apreensão, 26 bloqueios de contas bancárias e quatro ordens de restrições veiculares foram executados em quatro Estados e 21 municípios, entre eles Tubarão, no Sul de SC. A ação visava desmantelar uma associação criminosa dedicada ao tráfico de drogas, porte ilegal de armas de fogo e comércio irregular de munições e armas.
Entre os capturados, destaca-se um traficante português, que já cumpre pena na Europa, originário da região do Vale do Souza, em Portugal. Esta operação, que mobilizou cerca de 100 policiais civis do Denarc/RS e aproximadamente 90 agentes de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, representou um golpe significativo contra a criminalidade transnacional.
As investigações que precederam a ação têm raízes profundas, estendendo-se por mais de 15 meses. Tudo começou com a prisão em flagrante de um casal, envolvido na comercialização de substâncias entorpecentes em Porto Alegre. A partir desse ponto, um intricado consórcio entre grupos de narcotráfico do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina começou a ser desvendado.
Um dos líderes de alto escalão da facção catarinense, alvo da operação, encontrou seu fim em uma violenta execução em 2023, lançando luz sobre às operações interligadas desses grupos. Estima-se que, em apenas 15 dias, os criminosos tenham movimentado mais de R$ 5 milhões com a venda de cocaína e crack.
A sofisticação dos métodos criminosos surpreendeu até mesmo os investigadores mais experientes. Um traficante português, naturalizado brasileiro, conduzia sua operação utilizando redes sociais, financiando uma vida de luxo com os lucros do tráfico.
Mas a justiça alcançou esses criminosos, com a expedição de 104 medidas cautelares pelo poder Judiciário gaúcho. Os investigados enfrentam agora um extenso rol de acusações, desde tráfico de drogas até comércio irregular de armas de fogo.
Em uma declaração emblemática, o diretor de investigações do Denarc/RS assegurou que o departamento não poupará esforços no combate às facções criminosas que operam no Rio Grande do Sul.
Os mandados de prisão estão sendo cumpridos, simultaneamente, nos quatro estados (RS/SC/PR e SP), nos municípios de Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Triunfo, Sapucaia do Sul e Rio Grande (RS); Balneário Arroio do Silva, Balneário Rincão, Balneário Camboriú, Criciúma, Içara, Itajaí, Itapema, Joinville, Navegantes, Penha e Tubarão; Foz do Iguaçu e São Miguel do Iguaçu (PR); Ribeirão Preto e Itaquaquecetuba (SP).
