Os locais de trabalho, seja no serviço público ou privado há excessos de reclamações sobre o tema assédio moral ou até mesmo, perseguição política. Embora muitas pessoas afetadas por esta prática, desconheçam o assunto ou tem medo de falar sobre ele, o assédio moral é a conduta abusiva, propositada, frequente e repetida.
O ato ocorre no ambiente de trabalho, vai minando a autoestima e fere da dignidade do trabalhador. Além disso, expõe os trabalhadores em situação humilhante e constrangedora, repetidas e prolongadas durante a jornada de trabalho, desestimulando o trabalho. Percebo, principalmente no serviço público é a prática de prepotência e presunção por parte de certos gestores municipais, que se utilizam do seu cargo público para destruir e coagir seus servidores (súditos), a fim de se beneficiar de algo ou cargo que exerçam.
Não se pode confundir por assédio moral um fato isolado, um xingamento, um grito em determinado momento. Para se caracterizar assédio há necessidade de que estes atos negativos sejam repetitivos dirigidos a uma pessoa ou um grupo específico.
No que ser refere o desprestígio intencionalmente a reputação profissional do assediado, bem como o ambiente e o local de trabalho destaco: afastar a autonomia do assediado; não comunicar as informações necessárias para execução de tarefas; criticar seu trabalho de forma injusta e exageradas; limitar o acesso aos instrumentos de trabalho (telefone, computador , internet, etc); retirar o trabalho que habitualmente executa; atribuir tarefas inferiores a sua competência; pressionar para que não exija seus direitos a horários, descanso, horário de saída; apresentar instruções impossíveis de realizar; induzir o assediado ao erro; impor tarefas humilhantes.
Em relação a levar o assediado ao isolamento, minando suas relações pessoais e sociais são elas: proibir os colegas de lhe falar; comunicar com a vítima somente por escrito; colocá-la em espaço físico separada dos demais colegas; proibi-la de falar com os outros; dirigir-se apenas aos outros, ignorando sua presença; silenciar, reiteradamente, diante de solicitação ou indagação para a realização do trabalho ou pedido de informação de qualquer natureza.
Sobre investir contra sua vida pessoal é bom ficar atento as seguintes características: Zombar de suas deficiências com atitudes caricaturadas; espalhar boatos a seu respeito; criticar sua vida privada; atacar suas convicções políticas, religiosas, ou sua origem social; fazer gestos de desprezo como suspiros e olhares de desdém; insinuar que a pessoa tem distúrbios psicológicos; desdenhar suas qualidades.Quando o assediador usar a violência física, verbal ou sexual é bom observar: ameaçar ou agredir fisicamente, mesmo que de maneira leve ou pouco agressiva, como, por exemplo, empurrar, fechar a porta “na cara”, esbarrar, rasgar o trabalho feito pela pessoa e jogá-lo fora agressivamente; utilizar gestos ou proposta que indiquem assédio ou agressão sexual; comunicar-se aos “berros”.
Após reconhecer essas características do assediador, observe em si mesmo algumas consequências do assédio moral:
• Depressão, angústia, crises de choro;
• Insônia, alterações do sono;
• Diminuição da capacidade de concentração e memorização;
• Dificuldades para tomar decisões;
• Baixa autoestima;
• Irritação constante;
• Isolamento;
• Cansaço exagerado;
• Aumento de peso ou emagrecimento exagerado;
• Distúrbios digestivos, aumento de pressão arterial, tremores e palpitações;
• Em casos extremos, risco de suicídio.
Este tema é sério, recorrente e muitas vezes traz danos à saúde mental irreparáveis, portanto, nos cabe resistir e combater todas as formas de opressão e assédio. Para tanto, procure ajuda profissional (médicos e terapeutas), o sindicato, o setor superior ao seu, a ouvidoria e ao Ministério público.
O assediador fará de tudo para que você fique com medo e não denuncie, mas lembre-se que o assédio moral é crime e não pode acontecer. Demonstra insegurança e prepotência, mas todos podemos combater toda forma de opressão. Acredite em você!