Com a morte do Papa Francisco, uma figura pouco conhecida pelo público volta aos holofotes: o Camerlengo.
Responsável por conduzir as atividades administrativas do Vaticano durante o período em que a Sé Apostólica está vacante — ou seja, sem um Papa —, o Camerlengo assume funções essenciais e simbólicas nos momentos mais delicados da Igreja Católica.
O Cardeal Camerlengo é o primeiro a ser notificado da morte do Pontífice e realiza um rito específico para constatar o falecimento. Em seguida, sela o escritório e os aposentos papais, além de garantir a segurança e o sigilo sobre os acontecimentos no interior da Capela Sistina, onde ocorre o Conclave para eleger o novo Papa.
Apesar da Constituição Apostólica Prædicate Evangelium, promulgada por Francisco em 2022, ter extinto a estrutura da Câmara Apostólica, as funções práticas do Camerlengo continuam sendo exercidas, especialmente no contexto da transição entre pontificados.
Atualmente, o vice-Camerlengo é o brasileiro Dom Ilson de Jesus Montanari, nomeado pelo Papa em 2020. Ele auxilia nos preparativos do Conclave, junto a três cardeais assistentes temporários, e assegura que os protocolos sejam seguidos à risca, zelando pela integridade e espiritualidade do processo sucessório.