A Justiça finalmente condenou Rogério Cizeski e outros três envolvidos em fraudes milionárias na Criciúma Construções. Mas será que isso faz justiça para quem perdeu dinheiro, sonhos e confiança? A sensação de impunidade continua esmagadora.

Entre 2014 e 2015, imóveis foram transferidos para empresas de fachada, materiais vendidos a preço irrisório e contratos falsificados, enquanto milhares de pessoas aguardavam suas casas. Um empreendimento avaliado em R$ 700 mil foi cedido sem que um centavo entrasse no caixa da empresa. Foram anos de promessas quebradas, obras abandonadas e famílias endividadas por algo que nunca receberam.

O estrago é gigantesco. 78 prédios e 14 loteamentos inacabados, milhares de consumidores lesados, credores recebendo migalhas depois de quase uma década de espera. Mesmo com a condenação de Cizeski, 17 anos e 2 meses de reclusão em regime fechado, e penas para os outros três envolvidos, o prejuízo real para as pessoas comuns permanece enorme.

No Brasil, parece que o calote virou profissão. Quem cumpre contrato é trouxa. Quem engana, muitas vezes, sai praticamente ileso. A justiça formal existe, mas o cidadão comum continua pagando a conta. Obras paradas, sonhos destruídos, famílias frustradas e a sensação de impunidade perfeita.

Essa história precisa ser lembrada. Não é apenas sobre uma empresa ou um empresário, é sobre milhares de brasileiros que confiaram e perderam tudo.

@sabrinazminatto