
O Sistema Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), desenvolvido pela Epagri para uma produção sustentável de alimentos, está ganhando destaque internacional ao chegar ao continente africano. Darlan Rodrigo Marchesi, coordenador Estadual do Programa de Olericultura da Epagri, e Marcelo Zanella, do Projeto de Olericultura da Epagri na Grande Florianópolis, estão na Etiópia para capacitar mais de 30 agentes agrícolas de desenvolvimento e pesquisadores de todas as regiões do país.
A missão de Cooperação Técnica Trilateral (Brasil-Etiópia-Alemanha) para a produção sustentável de hortaliças, com base no SPDH, teve início em 26 de fevereiro e segue até esta sexta-feira (1º). Esta iniciativa é liderada pela Agência Brasileira de Cooperação, órgão do Ministério das Relações Exteriores, juntamente com a Agência Alemã de Cooperação, o Ministério da Agricultura e Pecuária e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (FAO/PNUD) também está apoiando a ação.
O SPDH se destaca do modelo tradicional de cultivo de hortaliças devido à qualificação teórica e prática dos envolvidos na produção. Esse sistema é fundamentado no conceito de redução substancial, e até eliminação, do uso de agroquímicos, visando promover a saúde das plantas e, consequentemente, melhorar a saúde do solo e da água, dos profissionais da agricultura, de suas famílias e dos consumidores.
Vantagens do SPDH
O segredo do SPDH está em promover a saúde da lavoura através de práticas voltadas para o bem-estar das plantas. Isso significa reduzir o estresse relacionado a fatores como temperatura, umidade, salinidade e pH do solo, luminosidade e ataques de pragas e doenças. Mais de 1,5 mil famílias catarinenses já aplicam o SPDH em mais de 5 mil hectares cultivados com olerícolas.
“A Epagri é uma protagonista nacional na produção de hortaliças, e o método SPDH é uma referência tecnológica que promove melhorias na produtividade e qualidade dos cultivos, reduzindo os custos de produção e melhorando o ambiente”, destaca Darlan. Marcelo acrescenta que a tecnologia também promove a inclusão social no processo produtivo, especialmente entre os jovens agricultores.
“Estamos capacitando mais de 30 agentes agrícolas de desenvolvimento e pesquisadores de todas as regiões da Etiópia. Estes resultados estão sendo compartilhados, juntamente com as experiências dos técnicos da Etiópia, visando a ampliação da produção de alimentos seguros, melhoria do rendimento e qualidade”, argumenta Marcelo. Yenenesh Bezabih, diretora de extensão rural do Ministério da Agricultura da Etiópia, que visitou o trabalho da Epagri no ano passado, destaca que “a cooperação técnica na produção sustentável de hortaliças é fundamental para o acesso a tecnologias inovadoras na produção de alimentos”.
Darlan ainda enfatiza que, além do compartilhamento técnico, esta missão representa uma oportunidade para Santa Catarina e a Epagri se consolidarem como referência na geração e implementação de um modelo viável para a produção sustentável de alimentos.