Segundo o morador e aposentado da Praia da Galheta, em Laguna, Hubaldo Rodrigues, o animal que encalhou e luta pela vida na faixa de areia é um boto, que segue agonizando, desorientado e machucado. “Chamei os Bombeiros, e disseram para acionar o Ibama, que disse não trabalhar até meio-dia, somente à tarde. Uma pessoa retirou o animal do mar, pois estava se machucando nas rochas, então ele foi parar lá no meio da praia. Passaram-me o telefone do pessoal que faz socorro (possivelmente do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP)), então liguei para eles. Disseram que já estavam vindo, mas até agora nada”, lamenta Hubaldo.
Este desprezo das autoridades locais acende um alerta se realmente há preparação dos mesmos no atendimento a este tipo de situação, e se há também pessoal qualificado ou quantidade expressiva de equipes para que possam atender ocorrências como esta em qualquer horário do dia ou da noite, e qualquer dia da semana.
É importante frisar que o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionantes do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama e tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e mortos.
Ou seja, foi criado justamente por este risco de contaminação das águas pela Petrobras e reflexo de ações nocivas à vida marinha, mas quando necessita da equipe e a luta pela vida não admite tempo de espera.
Para isso, é realizado o monitoramento de 2,1 mil km de praias entre Rio de Janeiro e Santa Catarina. Na primeira fase do projeto, a estatal firmou contrato com a Fundação Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que faz o monitoramento de aproximadamente 800 km de praias entre Laguna e Ubatuba (SP). Já a segunda fase será entre as cidades de Paraty e Maricá, no Rio de Janeiro.