Já imaginou a possibilidade de tratar o câncer de pele apenas com o ato de ensaboar o corpo? Um garoto de 14 anos pensou nisso. O estadunidense Heman Bekele desenvolveu o protótipo de um sabão que promete combater esse tipo de tumor. “Curando o câncer, uma barra de sabão de cada vez”, resumiu o projeto em uma competição nacional juvenil de ciência, o “America’s Top Young Scientist”. Saiu campeão.
A ideia partiu de uma observação feita anos antes. Quando criança, Heman viveu na Etiópia, onde lembra ter visto muitas pessoas trabalhando debaixo de sol quente, com exposição excessiva à radiação solar. Esse foi o estímulo para a criação do sabonete com preço estimado em apenas 10 dólares por barra, o equivalente a aproximadamente R$ 50 na cotação atual.
“Eu queria fazer da minha ideia algo não apenas eficaz em termos científicos, mas também acessível para o maior número de pessoas possível”, declarou o garoto ao The Washington Post. A primeira etapa do concurso foi um vídeo apresentando a ideia. Em junho, ele soube que estava entre os dez finalistas.
A partir disso, cada participante contou com apoio de um mentor para desenvolver e testar um protótipo. A mentora de Heman é a especialista em engenharia de produto Deborah Isabelle. Juntos, os dois faziam reuniões virtuais para o garoto mostrar seu progresso e receber aconselhamentos. Meses depois, o protótipo ficou pronto.
O “Skin Cancer Treating Soap (SCTS)” ou “Sabonete de tratamento contra o câncer de pele”, em tradução livre, usa um composto que ajuda a reviver as células dendríticas, que são mortas pelas células cancerígenas. Assim, elas são capazes de lutar contra as células do câncer. “O Skin Cancer Treating Soap lembra ao corpo como se defender”, ressalta Isabelle.
Então, em outubro deste ano, Heman apresentou o resultado do protótipo e ganhou o concurso, com o sonho de que sua criação seja um “símbolo de esperança, acessibilidade e de um mundo onde o tratamento contra o câncer de pele esteja ao alcance de todos”.
Mas ainda há muitos passos até que esse desejo possa se tornar realidade. O plano de desenvolvimento do projeto levará cinco anos até estar apto a pedir aprovação da Food and Drug Administration, espécie de Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dos Estados Unidos.
Fonte: Terra