Os vereadores são fantoches do prefeito?

Caro leitor, em agosto último, quando comecei a produzir vídeos no Instagram, um dos primeiros temas que abordei sobre Laguna foi: os vereadores são fantoches do prefeito? Hoje, após alguns meses, qualquer lagunense que acompanha as sessões percebe com facilidade que o cenário mudou. A seguir, vamos passear um breve resumo sobre a sessão ordinária da terça-feira da semana passada (28/11).

Equosonhos, um projeto abandonado pela prefeitura
Logo no início da sessão, a representante do Projeto Equosonhos, responsável pela equoterapia em crianças, fez uma breve apresentação sobre a proposta. Mesmo com todo esforço para prestar o serviço, não demorou muito para a população entender que havia algo de errado.

De acordo com a representante, os repasses da prefeitura ao projeto estavam atrasados havia dois meses. O vereador Patrick fez questão de ressaltar: “vocês estão com sorte, a maioria dos contratos está com 90 dias de atraso”. Além disso, o vereador Gustavo denunciou, mais uma vez, que sua emenda impositiva não foi destinada ao projeto, o que era de responsabilidade do Executivo local.

Mesmo no escuro, vereador Rhoomening dá um show na tribuna
Um dos requerimentos do vereador Rhoomening foi a suspensão do pagamento do estacionamento rotativo enquanto durar a CPI. Nada mais justo, pois existem fortes indícios de fraude envolvendo a empresa vencedora e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Natanael Wisintainer.

Na Tribuna, o vereador apagou a luz do plenário para protestar contra a falta de eficiência na prestação de serviço da iluminação pública. Também ressaltou que a denúncia da licitação do Projeto Crescer Sorrindo já foi encaminhada ao Ministério Público Federal.

Contudo, ele foi além e trouxe mais uma denúncia. Ao que parece, a prefeitura está descontando dos servidores os valores do INSS e empréstimo, mas não estão repassando aos credores. Tanto é que alguns servidores foram inscritos no Serasa. Não é complicado, é crime mesmo!

Kek e o casamento dos kits
A performance do vereador Kek foi emblemática. Alguns consideram que ele não tem credibilidade, mas vale lembrar que denúncias antigas do edil concretizaram-se. Na sessão, ele levou à tribuna os kits da dengue e do Projeto Crescer Sorrindo. O primeiro foi vendido à municipalidade pela empresa Bella Lousa, cujo proprietário é Roberto Carlos Alves. O segundo kit foi comercializado pelas distribuidoras autorizadas da Plano A Editora, cuja proprietária é Graziela Laureano.

O curioso é que, nas duas licitações, é possível perceber indícios de superfaturamento e pagamento antecipado. Mas a coisa não para por aqui. Roberto e Graziela formam um casal e, de acordo com o tom irônico da fala de Kek, o casamento dos dois foi ‘financiado’ pela gestão Samir.

Como se não bastasse, Kek trouxe algumas informações sobre a licitação do Projeto Crescer Sorrindo. Ao que parece, o empenho não foi assinado pela contadora da saúde, somente pela secretária da época, Silvana. Por fim, apontou que o Conselho Municipal de Saúde não aprovou nenhuma das duas compras.

Patrick e a opinião dos empresários da construção civil
A série de denúncias não para… O vereador Patrick chegou a conversar com o secretário de Obras, e revelou que não há brita e saibro disponíveis, mesmo com uma licitação vigente. Além disso, um servidor o informou que não há material para manutenção da iluminação pública.

A cereja do bolo na explanação do parlamentar foi uma conversa que teve com Eraldo, da gigante Eraldo Construções, que investiu dezenas de milhões de reais na cidade de Laguna. O empresário fez questão de demonstrar seu descontentamento com a gestão do prefeito Samir do Kilojão. Ainda ressaltou que os empresários do ramo também estão descontentes e consideram o prefeito atual como o pior que já passou por nossa Laguna amada.

Mais problemas na iluminação pública
O vereador Gustavo se destaca pela atuação coerente e oratória. Toda vez que sobe na Tribuna, os cidadãos já esperam por um discurso relevante para todo o município. Desta vez não foi diferente.

Dentre os temas abordados, um deles chamou a atenção de todos os presentes. O legislador leu uma notícia extraoficial sobre um possível arrombamento em uma residência na rua Almirante Lamego. Ao que se sabe, foram furtadas mais de R$ 1 milhão referente a notas frias dos materiais da iluminação pública.

Ou seja, além do serviço ser péssimo, é provável que exista mais um escândalo neste contrato. É a gestão kinder ovo, a cada contrato uma surpresa!

Deise e a Nasa
Após o recebimento da denúncia que deu causa à Comissão Processante, ficou nítido que o principal alvo do governo é a vereadora Deise. Ela já foi vítima de mais um caso de fake news neste breve espaço de tempo. Na sessão de 28/11, ela fez questão de organizar a casa.

Além de criticar a atitude do denunciante, que aceitou um cargo na prefeitura, ela fez questão de nomear todos os integrantes do grupo Nasa, aquele que fiscaliza o Executivo. Ao total, somos 15 e já colhemos muitos frutos durante a nossa jornada.

A vereadora fez piada com a deserção do denunciante, comparando a uma abdução. Por fim, ela destaca a inversão de valores do poder Executivo, que considera a fiscalização um crime, enquanto o crime praticado na prefeitura é apenas um erro.

SUS, obras e repasses do FIA
O presidente da Câmara, vereador Hirã, fez o uso da Tribuna para ressaltar ainda mais o descaso da prefeitura com a cidade. Apresentou um vídeo repleto de imagens das obras mal acabadas, prédios abandonados e praias sujas. Um atestado de incompetência reconhecido pela população.

Mas o presidente foi além! Pediu a prestação de contas e os valores repassados pelo FIA à instituição beneficente Dorcas. Dizem por aí que ela está atrelada ao vice, Rogério ‘Dízimo’, um daqueles evangélicos que não sabe separar política e religião. Ao final, Hirã fez uma menção às irregularidades nos exames e cirurgias do SUS, talvez mais um escândalo divino.

A debandada dos fantoches
Outra surpresa foi a votação sobre a aprovação ou não dos balancetes apresentados pela prefeitura. Antes, era comum ver um cenário com pouquíssima discussão sobre documentos deste tipo, mas a coisa mudou.

A vereadora Deise apontou que os balancetes não passam de simples espelhos fiscais. Os contadores da Câmara apontaram que os documentos apresentados pela prefeitura estavam incompletos.

Sabe qual foi o resultado? Todos foram rejeitados! Isso mesmo, rejeição dos balancetes. Mesmo assim, dois vereadores ainda seguiram pela aprovação, Edi e Jallel. No entanto, em uma das discussões, somente Jallel, que é muito próximo de Rogério, votou a favor da prefeitura. Ao que parece, o prefeito Samir do Kilojão perdeu a força e a credibilidade que tinha na Câmara de Vereadores, mas o vice ainda não.

Um novo vereador assume na Câmara
Para encerrar, vale apontar que o vereador Rodrigo Bento pediu afastamento por tempo indeterminado para cuidar da saúde. Quem assumiu foi Antônio de Pádua, o Didi. O novo edil acompanhou a maioria na votação dos balancetes e foi bem recepcionado pelos seus pares.

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