“Nunca houve uma guerra boa, nem uma paz ruim”. Benjamin Franklin.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ameaçou novamente lançar um ataque nuclear contra a Coreia do Sul e ordenou a aceleração dos preparativos militares para uma “guerra” que poderia “estourar a qualquer momento”.
As declarações foram dadas neste domingo (31), durante o último encontro da 9ª Reunião Plenária do 8º Comitê Central da União do Partido dos Trabalhadores. As informações são da emissora estatal da Coreia do Norte, KCNA.
O líder norte-coreano disse que “seu país não hesitaria em lançar um ataque nuclear se um inimigo o provocasse com armas nucleares”. Os principais diplomatas dos EUA, Coreia do Sul e Japão emitiram, nesta quarta-feira (3), uma declaração conjunta condenando os recentes lançamentos de mísseis balísticos da Coreia do Norte e pediram que Pyongyang inicie um “diálogo substantivo sem condições prévias”.
Em uma declaração separada, a irmã do líder norte-coreano, Kim Yo Jong, condenou o Conselho de Segurança da ONU por realizar uma reunião sobre o lançamento do míssil, destacando que o teste é um exercício do direito do país à autodefesa.
“O Conselho de Segurança da ONU deveria atribuir grande responsabilidade ao comportamento e ação irresponsável dos EUA e da Coreia do Sul, que agravaram a tensão na península coreana por meio de todos os tipos de provocações militares durante todo o ano”, disse ela.
Do outro lado, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão realizaram um exercício aéreo conjunto envolvendo um bombardeiro estratégico norte-americano perto da península coreana, nesta quarta.
Um breve resumo do embate bélico:
A Guerra da Coreia foi um conflito na Península da Coreia, no início da década de 1950, entre os diferentes governos que haviam sido formados nas Coreias do Norte e do Sul. Esse conflito foi um dos mais mortais da história, causando o óbito de mais de duas milhões de vítimas, contribuindo para a divisão existente entre as duas Coreias.
Na prática, o conflito ainda não acabou, pois não foi assinado nenhum tratado de paz, apenas um armistício em 27 de julho de 1953. A Coreia foi invadida e dominada pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Mesmo antes do término da guerra, já se havia determinado o paralelo 38° Norte como limite geográfico para atuação militar dos soviéticos e estadunidense. Desta maneira, após a derrota do Japão, a Coreia foi fracionada, em 1945, entre norte-americanos e soviéticos.
Assim, os limites estabelecidos transformam-se em divisão real, surgindo dois Estados coreanos, sob a ocupação de cada uma das duas potências, a República Popular Democrática da Coreia do Norte, sob a ocupação soviética, e a República da Coreia, do Sul, sob o domínio americano.
Como se pode observar, a constante polarização das guerras sempre entre comunismo-capitalismo. Além de uma vantagem em termos de pessoal, a Coreia do Norte também teria superioridade numérica em equipamento militar em diversas áreas. Seus tanques seriam 4,1 mil, contra 2,4 mil sul-coreanos. Suas unidades de artilharia e defesa antiaérea seriam 32,1 mil, contra 11,7 mil do Sul.
Delegações da Rússia e da China são as principais aliadas da Coreia do Norte na Guerra da Coreia. Mas o objetivo final não é apenas ameaçar a Coreia do Sul e o Japão. A Coreia do Norte já pode fazer isso. Trata-se de ameaçar os Estados Unidos com um míssil balístico intercontinental, com capacidade nuclear, os chamados ICBM. O teste de hoje certamente chocou aqueles que ouviram o som das sirenes. Se a intenção da Coreia do Norte é intimidar o Japão, o tiro pode sair pela culatra.
Os testes de Pyongyang, juntamente com as recentes ameaças da China a Taiwan, estão tendo um impacto profundo na política japonesa. De longa data, a direita japonesa pediu que a constituição pacifista do pós-guerra fosse destituída e que o país investisse em armamento. Até o momento, a maioria dos japoneses comuns não quer dar esse passo.
Porém, com os fatos que vem ocorrendo hoje em dia, e agora as autoridades de segurança têm toda a justificativa para seguir em frente, em dezembro, o governo japonês vai propôs a duplicação do orçamento de defesa na próxima década e a compra de armas de ataque de longo alcance.
Relatórios sugerem que o Japão está negociando a compra de centenas de mísseis de cruzeiro Tomahawk dos Estados Unidos. Isso significaria que, pela primeira vez, desde a Segunda Guerra Mundial, o Japão teria a capacidade de atacar alvos dentro da China e da Coreia do Norte.