Denominada “Operação Conexão” foi elucidada nesta quarta-feira (10), em Imbituba. A ação teve como objetivo dar cumprimento a 38 ordens judiciais. Destes 29 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão preventiva. A investigação foi coordenada pela Delegacia de Polícia de Imbituba que elucidou a prática de um grave duplo homicídio praticado em 6 de março do ano passado, na Praia do Rosa.
A ação contou com a Polícia Civil de Santa Catarina, por intermédio da Delegacia de Polícia de Imbituba, com o auxílio da Delegacia de Polícia de Barra Velha; a Polícia Civil do Paraná, por intermédio do DENARC de Londrina e DHPP de Curitiba, com o auxílio do DENARC de Curitiba, DENARC de Maringá, COPE de Curitiba, NOC/DENARC de Londrina, NOC/DENARC de Maringá, 9ª SDP, 10ª SDP, 17ª SDP e 22ª SDP; e a Secretaria Nacional Antidrogas – Senad (do Paraguai). deflagraram a
Entenda o caso
No dia 6 março de 2023, durante a madrugada, as polícias Civil e Militar de Imbituba foram acionadas para atendimento de um duplo homicídio ocorrido no bairro Ibiraquera (Praia do Rosa), em Imbituba. No local, restou constatado que as vítimas (que são irmãos) foram alvejadas por dezenas de disparos de arma de fogo, incluindo disparos com fuzis e pistolas, sendo que o crime ocorreu na frente das respectivas esposas e filhos pequenos.
Logo no início das investigações, o setor de investigação da Delegacia de Polícia de Imbituba, com o auxílio da Agência de Inteligência da Polícia Militar de Imbituba, identificou que os autores se deslocaram do vizinho estado do Paraná para a cidade de Imbituba se utilizando de pelo menos dois veículos. Além disso, os policiais identificaram os hotéis/pousadas que os investigados permaneceram hospedados em Imbituba e Itapema antes e depois do crime.
A partir da identificação dos veículos, a Delegacia de Polícia de Imbituba passou a monitorar os autores e, após troca de informações com a Polícia Rodoviária Federal, foi possível a abordagem de um dos veículos utilizados, sendo apreendidos, na ocasião, aproximadamente 225 quilos de maconha, resultando na prisão em flagrante de 2(dois) suspeitos.
Durante as investigações, a Delegacia de Polícia de Imbituba contou com o apoio irrestrito da Polícia Civil do Paraná, especialmente do DENARC de Londrina, da DHPP de Curitiba e, ainda, do GAECO de Londrina. Ainda, no curso das investigações, foi identificado que a mesma organização criminosa responsável pelo duplo homicídio praticado em Imbituba teria sido responsável por vários outros assassinatos ocorridos recentemente no estado do Paraná.
A título exemplificativo, outro duplo homicídio foi citado, ocorrido em Londrina em 19 de março e um em Maringá em 30 de maio, ambos do ano passado, o qual resultou na prisão em flagrante de três membros da organização criminosa e na apreensão de várias armas de fogo, incluindo um fuzil.
Noutro giro, a partir de uma série de diligências investigativas, a Polícia Civil de Imbituba identificou que o duplo homicídio praticado na Praia do Rosa contou com ao menos dois mandantes, cinco executores diretos e ao menos dois auxiliares que participaram da premeditação e do recolhimento/transporte das armas após o crime. Aliás, restou apurado que os autores efetuaram prévio levantamento da residência das vítimas por intermédio de drones.
Além disso, restou demonstrado que se trata de organização criminosa especializada no crime de tráfico de drogas e que possui diversas armas de grosso calibre, incluindo fuzis, para a consecução dos crimes. Diante dos elementos angariados, a Polícia Civil de Imbituba representou ao Poder Judiciário de Imbituba pela decretação de nove prisões preventivas e 29 mandados de busca e apreensão, o que foi deferido pelo Poder Judiciário após manifestação favorável do Ministério Público.
Dessa forma, as Polícias Civil de Santa Catarina e do Paraná deflagraram uma mega operação, contando com mais de 140 policiais civis catarinenses e paranaenses, para dar cumprimento aos mandados de busca e de prisão. Foram cumpridos mandados nas cidades de Barra Velha/SC, Londrina/PR, Curitiba/PR, Maringá/PR, Colombo/PR, Araucária/PR, Piraquara/PR e Pinhais/PR e, ainda, no Paraguai.
Nesse sentido, por meio de intercâmbio de informações entre a Polícia Civil de Santa Catarina e a Polícia Federal, realizou-se o ágil compartilhamento com a SENAD, do Paraguai, que permitiu a consequente ação também naquele país, decorrente da Operação Conexão, com o objetivo de dar cumprimento a um dos decretos prisionais.
A operação foi batizada de “Operação Conexão” em razão da conexão existente entre os homicídios praticados em Imbituba e no estado do Paraná, assim como pela integração das polícias de Santa Catarina e do Paraná ao longo das investigações e, na reta final, também por parte da SENAD, no Paraguai.
Até o momento, os policiais lograram êxito no cumprimento dos 29 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão, sendo apreendidas diversas armas de fogo, celulares e diversos objetos de interesse para a investigação. Ressalta-se que o líder da organização criminosa e principal mandante do duplo homicídio foi localizado e capturado pela Polícia Civil em uma residência situada em Londrina, sendo que inclusive estava na posse de uma arma de uso restrito.
De acordo com o Delegado de Polícia de Imbituba, a investigação foi extremamente complexa e somente foi possível a identificação dos autores, com a consequente delimitação das responsabilidades, em razão do empenho dos policiais civis de Imbituba e da integração com as demais forças policiais, incluindo polícia militar, PRF e, sobretudo, a Polícia Civil do Paraná. Ressaltou que foram colhidos elementos de convicção contundentes a apontar a autoria para ao menos nove indivíduos, os quais serão indiciados por homicídio triplamente qualificado contra as duas vítimas, organização criminosa, posse ilegal de armas de fogo de uso restrito, entre outros crimes.
No mais, consignou que os elementos colhidos durante a operação ainda serão analisados, de modo que não se descarta o indiciamento de outros investigados. Por fim, mencionou que, havendo autorização do Poder Judiciário, as provas produzidas serão compartilhadas com a Polícia Civil do Paraná, o que permitirá a elucidação de vários homicídios ocorridos naquele estado e praticados pela mesma organização criminosa.