Em uma rara declaração pública, o Papa Francisco cogitou a possibilidade de renunciar à liderança da Igreja Católica, durante sua participação no programa italiano “Che Tempo Che Fa”, transmitido no domingo, 14. Apesar de afirmar que a renúncia “é uma possibilidade aberta”, o pontífice assegurou que essa ideia não está atualmente no centro de seus pensamentos.

“Não é um pensamento, nem uma preocupação, nem um desejo, mas uma possibilidade aberta a todos os Papas. Mas neste momento não está no centro dos meus pensamentos. Enquanto eu tiver vontade de servir, continuarei”, afirmou o Papa Francisco em resposta ao jornalista e apresentador Fabio Fazio.

Com 87 anos de idade, o Papa Francisco enfrentou um ano agitado em 2023. Além de completar uma década à frente da Igreja Católica, participou de um sínodo, realizou cinco viagens e enfrentou alguns problemas de saúde.

Ao ser questionado por Fazio sobre seu estado, o Papa respondeu com bom humor: “Ainda estou vivo.”

A possibilidade de renúncia de um Papa não é algo inédito. Em 2013, o Papa Bento XVI surpreendeu o mundo ao anunciar sua renúncia, a primeira de um Papa em quase 600 anos. Bento XVI justificou a decisão alegando falta de força física e mental para continuar à frente da Igreja Católica. Desde então, ele adotou o título de Papa Emérito e dedica-se à vida contemplativa em um mosteiro dentro do Vaticano.

No entanto, a eventual renúncia do Papa Francisco parece distante. Como o próprio pontífice destacou, enquanto sentir-se capaz e disposto a servir, continuará em suas funções.

Em 2023, o Papa Francisco alcançou uma década de pontificado. Francisco, cujo nome de batismo é Jorge Mario Bergoglio, nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 17 de dezembro de 1936. Filho de imigrantes italianos, foi ordenado sacerdote jesuíta em 1969. Em 1998, foi nomeado arcebispo de Buenos Aires e, em 2001, foi feito cardeal pelo papa João Paulo II.