Governo Lula assina denúncia sul-africana que endossa o antissemitismo e tira o país da situação de neutralidade

A neutralidade armada é a postura de um estado ou grupo de estados que não tem aliança com nenhum dos lados de uma guerra, mas afirma que se defenderá contra incursões resultantes de qualquer parte. Com a assinatura da denúncia elaborada contra Israel, Lula tira o país da situação de imparcialidade. Na prática, a busca da resolução de conflitos é primordial, e a neutralidade é essencial.

fundada em 1945, a CIJ é o principal órgão judicial da ONU. Diferentemente do Tribunal Penal Internacional (TPI), que lida com responsabilidades criminais individuais, a corte julga disputas entre estados. É composta por 15 juízes, cada um de um país.

A África do Sul solicitou uma série de medidas provisórias à CIJ. Entre elas, a de que Israel “suspenda imediatamente suas operações militares contra Gaza”, bem como não se envolva em atos de genocídio e tome medidas razoáveis para evitá-lo.

A ação ainda pede que os israelenses permitam a entrada de ajuda humanitária no enclave, e que relatórios detalhando todas essas medidas sejam enviados regularmente à corte em Haia. O governo israelense nega firmemente as acusações de genocídio apresentadas à CIJ. “Israel rejeita com repulsa a difamação de sangue espalhada pela África do Sul e sua petição”, escreveu o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Lior Haiat.

As alegações também foram rejeitadas pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e pelo presidente Isaac Herzog. Em rede social, Herzog afirmou ter dito ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, que, perante a corte em Haia, seu país “apresentará com orgulho e clareza o direito fundamental de Israel de se defender”. Israel decidiu participar das audiências em Haia e enviar o ex-presidente da Suprema Corte israelense Aharon Barak como juiz ad hoc. Quando um estado é parte de um caso na CIJ e não tem um juiz de sua nacionalidade entre os membros da corte, ele pode enviar um juiz ad hoc a esse caso específico, que participa das decisões em condição de total igualdade com os demais colegas.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) criticou a decisão do Brasil de apoiar a ação da África do Sul. Segundo a entidade, que representa a comunidade judaica do Brasil, a ação do governo afasta o Brasil da posição de “equilíbrio e moderação” tradicional da política externa brasileira. “o conflito atual começou depois das atrocidades dos terroristas do Hamas contra a população de Israel, que matou indiscriminada e barbaramente mais de 1.200 pessoas, no ataque mais mortal contra o povo judeu desde o Holocausto. Israel está apenas se defendendo de um inimigo, ele, sim, genocida, que manifesta abertamente seu desejo de exterminar Israel e os judeus”, diz a confederação.

Fazendo uma breve menção ao passado
O depoimento gravado em um vídeo em tempos passados da época da senadora e hoje atual presidente do PT, Gleisi Hoffmann, explica um pouco do posicionamento do atual presidente e do estreito relacionamento de Luís Inácio Lula da Silva com ditadores e terroristas.

Veja abaixo a transcrição completa da fala de Gleisi no vídeo feito para a Al Jazeera:

“Sou a senadora Gleisi Hoffmann, presidenta do Partido dos Trabalhadores. Dirijo-me ao mundo árabe através da Al Jazeera para denunciar que o ex-presidente Lula é um preso político em nosso país. Lula é um grande amigo do mundo árabe. Ao longo da história, o Brasil recebeu milhões de árabes e palestinos, mas Lula foi o único presidente que visitou o Oriente Médio. Em seu governo, o comércio com o Oriente Médio se multiplicou por cinco. Em 2005, Lula promoveu em Brasília a 1ª Conferência da América do Sul e dos Países Árabes, estendendo os laços de amizade a toda a nossa região. E o Brasil foi um dos três países não árabes convidados para a Conferência de Annapolis, em 2007. Lula sempre defendeu a existência do Estado palestino. Lula foi condenado por juízes parciais, num processo ilegal. Não há nenhuma prova de culpa, apenas acusações falsas. A TV Globo, que domina a mídia no Brasil, fez uma campanha de mentiras contra Lula. A Globo está pressionando o Judiciário brasileiro a não conceder a liberdade para Lula, apesar de ela estar prevista na Constituição. Isso fere os direitos humanos e fere a democracia brasileira. A prisão de Lula é a continuidade do golpe que se iniciou em 2016, com a retirada da presidenta Dilma do governo. Ela não cometeu nenhum crime, assim como Lula também não cometeu. É um preso político. Ele é inocente. O governo golpista está retirando direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro e liquidando com o patrimônio nacional. Nossas grandes reservas de petróleo no oceano estão sendo entregues a multinacionais petrolíferas da Europa e também nos Estados Unidos. E a política externa passou a ser ditada pelo Departamento de Estado norte-americano. A maioria do povo brasileiro quer viver como nos tempos de Lula. Todas as pesquisas mostram que Lula será eleito o próximo presidente do Brasil. O objetivo da prisão ilegal é não permitir que Lula seja candidato. Mas o povo está resistindo a essa injustiça. Há manifestações todos os dias, em todos os lugares do país. E há mais de uma semana nós estamos acampados em frente à Polícia Federal, onde Lula está preso. Em todo o mundo, há manifestações de solidariedade ao ex-presidente e pedidos pela sua liberdade. Convido a todos e a todas a se juntarem conosco nessa luta. Lula livre”.

Autoexplicativo o posicionamento de Lula na denúncia, quer seja pela polarização política, quer seja pelo mau-caratismo que faz parte da essência do então atual presidente, esse posicionamento trará consequências que nem mesmo este ébrio tem noção. O que nos resta? Somente esperar e assistir/sentir as consequências das ingerências políticas do descondenado.

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