Eleições 2024: Sul SC entrevista pré-candidato a prefeito de Laguna, Preto Crippa

Foto: Arquivo pessoal/Sul SC

O Sul SC traz ao longo do ano sua primeira e grande série de entrevistas e reportagens especiais: o tema Eleições 2024 levará nossa região a outros trilhos a partir de 1º de janeiro de 2025, quando, possivelmente, a maior parte dos políticos que hoje ocupam as cadeiras de prefeitos, vices e vereadores deverá ser trocada. O anseio por mudanças é evidente nas principais rodas políticas dos 18 municípios da Amurel, principalmente agora que várias prefeituras são investigadas por corrupção pelo Ministério Público, muito em virtude da temida Operação Mensageiro, com alguns agentes políticos já tendo sido condenados no estado durante o curso deste processo.

O comunicólogo e jornalista Rafael Andrade, que tem 23 anos de experiência na área, é colunista político e já atuou como editor de política em quatro jornais diários e dois grandes portais de notícias no Sul do Estado, está à frente deste projeto do Grupo Sul SC. O profissional traz esta mediação entre as propostas de pré-candidatos e candidatos, além de apresentar as ideias do que os atuais gestores têm a oferecer ao público para que possam seguir nas suas cadeiras durante esta busca frenética por reeleições.

Nesta primeira entrevista especial, o pré-candidato à prefeitura de Laguna pelo segundo pleito consecutivo ( 2020-2024), Peterson Preto Crippa, que lançou seu nome como provável pré-candidato já em 2023, oficializou-se, nesta semana, como pré-postulante ao principal cargo público de Laguna, a cidade mais antiga do Sul barriga-verde e a terceira mais populosa da Amurel. Aos pré-candidatos e candidatos que queiram participar da série, basta contatar diretamente o jornalista Rafael Andrade: (48) 99664-1502, para agenda de entrevistas.

Você é pré-candidato a prefeito de Laguna? Por qual partido?
Sim, sou pré-candidato! Quanto ao partido, nunca dependi exclusivamente de um para participar de eleições, mas a lei exige que estejamos filiados a algum partido. Neste sentido, considerando a realidade política de Laguna e os principais atores partidários na região, estou planejando deixar o PP e ingressar no PL. Há cerca de um ano, indiquei minha possível pré-candidatura, e o deputado Soratto tem sido o único a me apoiar desde então. Aliás, nenhum outro parlamentar me procurou durante todo esse período, nem mesmo do meu partido atual. Assim, após resolver todas as questões pendentes, estou planejando migrar para o PL em breve.

Como está a construção da chapa, especificamente a escolha do vice-prefeito? Será alguém do mesmo partido ou de uma possível coligação?
“Em 2020, já sabia com antecedência que o Dr. Zeno seria meu vice, pois nossas conversas e filiações partidárias estavam alinhadas. Entretanto, em 2024, a situação é diferente, pois há fatores que não dependem apenas da minha decisão ou da dele. Por exemplo, o Dr. Zeno agora está em um partido onde outros membros também têm interesse em concorrer a cargos majoritários. Portanto, a decisão sobre o vice será tomada apenas no meio do ano, provavelmente”.

Pretende tentar viabilizar uma coligação ou será um candidato de chapa pura?
Preciso ser responsável com meus objetivos políticos e equilibrar os interesses das pessoas que compartilham do mesmo objetivo de zelar por Laguna. Dentro desse contexto, há poucos nomes que se alinham conosco e considerando a complexidade dos arranjos partidários. No entanto, não teria problema em concorrer em chapa pura se entendermos que essa seria a opção que nos permitiria gerir a cidade com responsabilidade, tanto para ganhar a eleição quanto para governar com segurança para mim e para a população”.

Quantas eleições você já se candidatou, para quais cargos e em qual(is) foi eleito?
“Fui candidato a vereador em 2008, ficando como quinto-suplente com 367 votos; em 2012, fiquei como primeiro-suplente de vereador com 575 votos; em 2016, fui eleito vereador com 1.031 votos; e em 2020, abri mão da possível reeleição na Câmara para ser candidato a prefeito, ficando em terceiro lugar com 5.031 votos”.

Está cedo para apresentar projetos, mas quais seriam os seus principais à frente da gestão, caso eleito? Se puder citar três áreas…
Não posso apresentar projetos específicos devido à legislação eleitoral, mas aqueles que me acompanham sabem quais são nossas diretrizes. Mesmo sem ocupar cargo político desde 2020, tenho sido o responsável por trazer mais recursos financeiros para Laguna em diversas áreas, incluindo infraestrutura, saúde e educação/esporte. Essas são áreas carentes no município que precisam de maior atenção, assim como a urgente reorganização da máquina pública, pois a administração municipal tem enfrentado problemas de gestão”.

Qual é a sua opinião sobre o trabalho da atual gestão de Laguna, em resumo?
“Vejo como uma oportunidade perdida. Independentemente de sermos adversários políticos, espero que as gestões sejam responsáveis com a coletividade de Laguna, o que infelizmente não tem acontecido. Há um direcionamento claro para projetos pessoais e políticos, com o uso inadequado dos recursos da prefeitura. Além disso, a atual gestão permitiu que um grupo político administre os principais recursos financeiros de pavimentação, resultando em obras mal executadas, como a necessidade de refazer o asfalto em várias ruas devido à instalação inadequada de sistemas de drenagem”.

Qual é a sua visão sobre como a política pode ser benéfica para o povo?
“Simples: quando ela atende às necessidades da maioria das pessoas. Para isso, é necessário ter políticas públicas com um espírito verdadeiramente público e acabar com o partidarismo dentro da esfera administrativa. Isso permitiria uma participação organizada da população, através de segmentos e bairros, avançando assim no atendimento às necessidades coletivas. Atualmente, há um abismo entre o povo e os responsáveis pelas decisões na prefeitura”.

Qual é o papel da iniciativa privada e da sociedade civil organizada (como a Acil, CDL, hospital, associações de bairros) na construção de uma cidade em desenvolvimento?
“Elas desempenham um papel fundamental na reorganização do sistema institucional de Laguna. Por meio do associativismo, é possível avançar em trabalhos segmentados, mas para isso essas entidades precisam ter uma participação ativa. Se reuniões de entidades como Acil/CDL têm uma baixa adesão, isso indica que não apenas a organização política partidária precisa ser revista, mas também a organização institucional privada. Muitos estão reclamando da mesma situação, mas não se reúnem para buscar soluções. Como prefeito, buscaria envolver essas entidades para aumentar o poder de trabalho, comunicação e ações direcionadas”.

Você é a favor do voto obrigatório? Qual é a sua opinião sobre a urna eletrônica e a possibilidade de voto auditável durante os pleitos?
“Sou a favor do voto obrigatório, pois quem trabalha na política com dinheiro teria mais vantagem em ‘estimular’ seu eleitor a comparecer às urnas. Sobre o método de votação, se recordarmos as primeiras fraudes que ouvimos falar em eleições, estas ocorreram quando os votos eram em papel. Se hoje um hacker pode invadir o site da Nasa, você realmente acredita que uma urna eletrônica é 100% confiável? Infelizmente, onde há uma pessoa por trás, podem ocorrer irregularidades. Não confio, mas aceito”.

Como você enxerga Laguna em 2050, já que um prefeito precisa atuar com propostas de longo prazo?
“Depende! Se a política de Laguna continuar baseada em dinheiro e poderes nocivos, continuaremos como uma das cidades com os piores índices entre os 295 municípios catarinenses, como estamos agora. Mas se houver mudanças e as gestões públicas passarem a transmitir credibilidade ao investidor externo, não tenho dúvidas de que estaremos entre as melhores cidades do Brasil. Isso não seria novidade, pois Laguna reinou por décadas no cenário nacional, quando tínhamos políticos e gestores mais dignos”.

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