Nayib Bukele, presidente reeleito de El Salvador, e sua trajetória no combate ao crime

Nayib Bukele foi reeleito presidente de El Salvador em uma campanha onde já era amplamente favorito desde o início, devido aos seus índices de aprovação que chegam a 90% entre a população desde que assumiu o cargo em 2019, segundo diversos estudos.

Durante seu primeiro mandato, Bukele conseguiu reduzir os níveis de violência a mínimos históricos em El Salvador. Em 2015, o país era o líder mundial em número de homicídios per capita, mas hoje é considerado um dos mais seguros das Américas.

No entanto, sua abordagem enérgica contra o crime organizado e o estado de emergência em vigor no país há quase dois anos também geraram críticas. Ele foi acusado de realizar detenções supostamente arbitrárias de pessoas inocentes, além de abusos contra os direitos humanos, tortura e morte de centenas de pessoas privadas de seus direitos e liberdade.

Desde o início do estado de emergência, decretado em março de 2022 para combater a violência, mais de 75 mil pessoas foram presas por supostas ligações com o crime, tornando El Salvador o país com a maior taxa de encarceramento do mundo.

Em seu discurso de vitória, Bukele criticou duramente a imprensa e as organizações internacionais que questionaram sua estratégia de segurança, afirmando que o povo salvadorenho expressou seu apoio de forma contundente.

“Alguns que não vivem no nosso país dizem que os salvadorenhos vivem oprimidos, que não querem o regime de emergência, que vivem com medo do governo (…). O povo salvadorenho falou, não apenas em alto e bom som, mas da forma mais contundente em toda a história da democracia”, disse ele.

“Se isso não os convence, senhores jornalistas, senhores das ONG, das organizações internacionais, da ONU, da OEA… se isso não os convence, nada os convencerá.”
Sem dúvida, a grande maioria da população salvadorenha aprova a abordagem “mão de ferro” de Bukele.

Uma grande maioria da população salvadorenha aprova a abordagem “mão de ferro” de Bukele. Uma pesquisa da Universidade Francisco Gavidia publicada em janeiro sugere que 86% dos entrevistados se sentem mais seguros, enquanto apenas 12% acreditam que a polícia e os militares são responsáveis pela continuidade da insegurança.

Bukele afirmou que os próximos cinco anos serão dedicados a continuar mostrando ao mundo o exemplo de El Salvador, mas não deu detalhes específicos sobre seus planos para o segundo mandato.

O passa pano de Lula e Dino para o crime
Caminhando no sentido oposto das medidas tomadas pelo então reeleito presidente de El Salvador, o descondenado e atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que: o governo busca “humanizar a abordagem aos delitos de menor gravidade”.

O deputado delegado Zucco, do Republicanos do RS disse: “A irresponsabilidade do atual presidente é inaceitável. O que ele entende por ‘humanizar’ os crimes nada mais é que oficializar a Bandidolatria em nosso país. É a autorização que as “vítimas da sociedade” precisavam para transformar o Brasil num filme de terror”.

O discurso de Lula e Dino em relação ao crime organizado
Em contrapartida às medidas adotadas pelo presidente reeleito de El Salvador, Nayib Bukele, Luiz Inácio Lula da Silva e Flávio Dino demonstraram uma postura diferente em relação ao crime organizado.

Lula, ex-presidente do Brasil, declarou que seu governo buscava “humanizar a abordagem aos delitos de menor gravidade”, uma posição criticada por alguns políticos brasileiros. De acordo com o Deputado Delegado Zucco, do Republicanos do Rio Grande do Sul, essa abordagem representa uma forma de “bandidolatria” que poderia transformar o Brasil em um “filme de terror”.

O deputado federal Coronel Assis, da União-MT, comparou a abordagem brasileira à de El Salvador, destacando a importância de enfrentar os criminosos com rigor e em colaboração entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Lula afirmou que o crime organizado se tornou uma indústria multinacional poderosa, presente em várias esferas da sociedade, incluindo a política, o judiciário e o mundo empresarial.

Divisões políticas e abordagens ao crime
Enquanto Nayib Bukele adota uma abordagem enérgica contra o crime organizado em El Salvador, líderes brasileiros como Luiz Inácio Lula da Silva e Flávio Dino defendem uma abordagem mais “humana” para delitos de menor gravidade. Essas divergências refletem debates políticos sobre como lidar com o crime e suas causas subjacentes, destacando a complexidade e as diferentes perspectivas sobre a questão em diferentes contextos nacionais.

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