G.R.C.C. Dakota, Protegidos do Samba, Acadêmicos do Fábio Silva, Alegria do Morro, Unidos da Ponte e Unidos da Toca. Estas eram as escolas e blocos carnavalescos de Tubarão que participaram dos últimos desfiles no município. O Carnaval da Cidade Azul era o mais conhecido e o que mais atraía foliões no Sul do Estado, até mais do que Laguna, antes da Grande Enchente em 1974.
Depois do acontecimento que atrasou Tubarão em pelo menos uma década, a Festa de Momo voltou com força somente 20 anos depois, em plena Copa do Mundo de Futebol dos Estados Unidos, quando o Brasil se sagrou tetracampeão. Mas foi somente a partir da virada do milênio, contando com o apoio de entidades públicas como a prefeitura e o governo do Estado, e após a reformulação e inauguração de uma nova liga, a Independente das Escolas de Samba de Tubarão (Liest), em 2006, que os famosos desfiles das escolas de samba e blocos ganharam espaço novamente, atraindo milhares de moradores e visitantes ao principal ponto da festa todos os anos: a avenida Marcolino Martins Cabral.
Estruturas de arquibancadas, palanques de autoridades, enorme equipe de segurança privada, palco para shows regionais e nacionais e muita festa resultavam em um dos carnavais mais procurados do Sul catarinense. A qualidade dos desfiles e a participação de milhares de famílias refletiam no principal evento anual do calendário de eventos do município. Os ensaios movimentavam as comunidades desde o início de dezembro até a véspera das apresentações. “Era uma grande festa. Dá muita saudade”, recorda o integrante da Escola Dakota, da famosa Rua da Farofa, Israel Lemos, que chegou a tocar por anos na bateria nota 10 da agremiação que mais venceu o Carnaval.
José Eduardo Delfino, conhecido como Deco, foi quem presidiu a Liga por anos e também era responsável pela captação de recursos para que a grande festa pudesse sair do papel. A Protegidos do Samba, do Morro do Caeté, a Unidos da Toca, do Centro, e a Mocidade Acadêmica do bairro Fábio Silva estavam entre as mais populares nos áureos tempos do verdadeiro Carnaval tubaronense.
Em entrevista à imprensa em 2012, Deco destacava o envolvimento das comunidades para levar à avenida muita alegria e criatividade. “As escolas têm tradição e a festa é garantida”, resumiu na época. Miguel Herdy, que por muitos anos foi Rei Momo do município, também chegou a presidir a Liest.
Em 2007, a Liest realizou seu primeiro carnaval, trazendo para a Passarela do Samba, montada na principal via da cidade – a avenida Marcolino Martins Cabral – cerca de dez mil espectadores. Neste ano, o desfile aconteceu em dois dias. O slogan do Carnaval daquele ano foi “Um novo momento”, fazendo referência à estreia da nova Liga.
Em 2008, aproximadamente 25 mil pessoas assistiram aos desfiles. As seis escolas uniram-se não oficialmente, formando assim três grupos, que se apresentaram em uma noite de festa. O tema adotado para o Carnaval de 2008 foi “A união faz o samba”, destacando a união da diretoria da liga e das escolas para se apresentarem.
Em 2009, uma nova união aconteceu, mas de forma diferente. Uma escola desfilou sozinha, outra com a junção de duas, e uma última unindo três entidades. Dados da Polícia Militar apontam um público de 30 mil pessoas. “A festa da alegria” foi o tema deste ano, destacando a segurança que o Carnaval de Tubarão tinha.
Já em 2011, três escolas desfilaram: Dakota, Mocidade Acadêmica do Fábio Silva e Protegidos do Samba, sendo a Dakota campeã pela sexta vez consecutiva. A partir de 2013, a força do Carnaval e dos desfiles foi ficando em segundo plano no município. Atualmente, não há nenhum evento oficial organizado por órgão público na cidade, deixando seus moradores órfãos da maior festa cultural brasileira nesta época do ano, e a avenida se transforma em um grande vácuo desértico refletivo de um silêncio ensurdecedor.
