Paisagismo seco ou xeropaisagismo e o fim dos recursos hídricos e gastos em cofres públicos

O presente estudo que realizei entre 2020 e 2023 prova que o paisagismo seco, também conhecido como xeropaisagismo, irá mudar o comportamento das infraestruturas urbanas e rurais. Ele trata do processo de compreensão de conceitos e fundamentos paisagísticos sustentáveis, assim como da seleção e aplicação de exemplares vegetais em projetos paisagísticos na cadeia ecossistêmica. Minha dica como arquiteto urbano xeropaisagista é direcionada ao setor público e privado: escolham plantas nativas xerófitas do Brasil! Essas plantas são naturalmente adaptadas aos climas, solos e condições ambientais do Brasil e trazem uma série de melhorias e benefícios, incluindo diagnósticos que mitigam impactos ambientais, tais como:

• Adoção do design biofílico, promovendo a cura através das plantas;
• Restauração e correção do nitrogênio (N) do solo;
• Aumento da qualidade do oxigênio (O) em 80%;
• Redução e quebra do carbono (C), [C3] e [C4] em 70% da área do bioma restaurado;
• Redução de 70% do uso de recursos hídricos, gerando independência hídrica;
• Diminuição das ilhas de calor, reconstruindo 80% das áreas rurais e urbanas;
• Estratégias bioclimáticas e redução das ilhas de calor;
• Estratégias ecossistêmicas para famílias e tipos de jardins xerófitos;
• Redução de resíduos sólidos em 90%, através do uso de mulching/matéria orgânica;
• Ampla restauração de biomas nativos brasileiros;
• Restauração do ecossistema com prados polinizadores que atraem insetos polinizadores e pássaros;
• Redução de poda e manutenção em 90%;
• Redução de despesas públicas em 80%.

Isso significa que ao escolher plantas nativas xerófitas, os cofres públicos passam por um processo de educação ambiental e gestão financeira, além de orientar os profissionais paisagistas e jardineiros, que poderão trabalhar com esse bioma em vez de tentar cultivar plantas que não são adequadas às nossas condições locais e que podem ser difíceis de manusear.

O objetivo da manutenção dos jardins secos xerófitos é desencorajar novos crescimentos que exigem água nas plantas. Em outras palavras, mantenha as plantas saudáveis, mas não estimule o crescimento excessivo o tempo todo. Isso pode exigir fertilização menos frequente com menos fertilizantes, poda apenas quando necessário e leve quando essencial, e claro, menos irrigação.

“Lembre-se, uma paisagem xerófita exige pouca manutenção.” Ao trabalhar de maneira mais inteligente, e não mais difícil, na paisagem, você economizará tempo, energia e água sem sacrificar a beleza do meio ambiente. Com rega adequada, capina e poda, fertilização limitada e controle de pragas, você manterá seu jardim seco xerófito saudável e bonito. Corte a grama alta frequentemente (altura máxima de uma polegada para grama bermuda e cinco centímetros para outras) e deixe os recortes curtos para decompor e substituir o nitrogênio no solo. Ao cortar alto, você estimula o desenvolvimento de um sistema radicular profundo, que é fundamental para a tolerância à seca e a resistência às ervas daninhas. A grama mais alta também sombreia mais o solo, agindo como uma cobertura morta viva. Para obter informações sobre o gerenciamento de pequenas áreas, serviços de quintal, jardins e muito mais, você precisa se familiarizar com o tema, com essas dicas:

• Faça escolha de plantas xerófitas ideais para paisagens sustentáveis;
• As plantas nativas xerófitas requerem menos insumos externos, como água e fertilizantes;
• São mais resistentes a pragas e doenças;
• Ajudam a manter a biodiversidade e a restaurar o habitat;
• O uso da água na paisagem é responsável por cerca de 55% da água residencial usada em todo o estado de Santa Catarina, a maior parte da qual é usada em grama. Plantar nativos com menos sede tem o potencial de diminuir a carga sobre nossos sistemas hídricos;
• Previne a introdução e propagação de ervas daninhas;
• Fornecem habitat para pássaros cantores e polinizadores.

O paisagismo ou a arquitetura da paisagem seca corresponde às necessidades humanas de transformar elementos naturais para atender às necessidades cotidianas, oferecendo equilíbrio estético entre os componentes da paisagem: vegetação, áreas construídas, espaços livres e circulação, levando em conta as características geográficas, hidrográficas, bióticas e humanas. As áreas verdes exercem funções holísticas, biológicas, climáticas e ambientais que favorecem a conservação da biodiversidade e o equilíbrio nas áreas urbanas e rurais. Além das funções ambientais, ainda é possível identificar fatores estéticos e funcionais, tais como:

• Contribui para a permeabilidade do solo, promovendo o controle de temperatura e umidade relativa do ar;
• Melhora o escoamento das águas pluviais: a arborização fraciona a água da chuva, diminuindo o impacto da gota no solo minimizando o problema de erosão. As superfícies que comportam o plantio de árvores favorecem a absorção das águas pluviais;
• Função de corredor ecológico: a arborização viabiliza a conexão entre as populações e a natureza, as árvores abrigam uma infinidade de seres vivos, como insetos, pássaros, enriquecendo o ecossistema urbano e aumentando sua biodiversidade;
• Sombreamento: além de proporcionarem sombreamento contribuindo e incentivando os circuitos pé atonal, a arborização contribui de forma efetiva a conservação das calçadas, essas, quando expostas diretamente ao sol, tendem a se degradar mais rapidamente.
• Função de barreira contra ventos e ruídos: quando plantadas adequadamente, as árvores tendem a formar uma cortina verde, amenizando os efeitos das rajadas de vento e ruídos excessivos.
• Diminuição da poluição do ar: as árvores são capazes de filtrar impurezas e reter partículas de poluição presentes no ar.
• Bem-estar psicológico: o design biofílico atua através das cores, texturas, aromas e sabores presentes no paisagismo, incluindo flores, folhas e frutos, que possibilitam as melhores sensações aos sentidos humanos, estimulando a permanência no local e contribuindo para o bem-estar e a cura.

O projeto paisagístico deve ir além de projetar belos jardins e paisagens. A funcionalidade de elementos naturais aliados a intervenções segue como diretriz projetual, apresentando estudos ambientais e sociais, alinhando a estética e a setorização como uma simbiose, buscando harmonizar todos os elementos compositivos do espaço, assim como os usuários. A principal função do paisagismo xerófito é unir a natureza ao meio urbano e recuperar tudo o que a natureza já foi no passado, com abundância de florestas, vidas e riquezas naturais.

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