
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Combate à Corrupção (Decor/Deic), deflagrou, nesta terça-feira (27), a Operação Maktub, em conjunto com a Coordenadoria de Combate à Corrupção (Cecor), revelando uma teia de corrupção que envolve licitações públicas e a construção de um ginásio municipal em Forquilhinha. O Gaeco também deu apoio à ação policial.
A investigação teve início após denúncias sobre irregularidades em três concorrências públicas promovidas pela Prefeitura. Essas concorrências visavam a contratação de uma empresa para fabricar e instalar uma estrutura metálica para cobrir o ginásio anexo à Escola do bairro Santa Líbera.
As suspeitas se agravaram quando um sócio de uma das empresas participantes da licitação informou à polícia que o certame estava direcionado para favorecer uma empresa específica. Documentos apresentados comprovaram que o processo licitatório havia sido suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) em duas ocasiões devido à inclusão de cláusulas restritivas, o que foi acatado pela prefeitura.
Em uma reviravolta surpreendente, durante a terceira tentativa de contratação, o proprietário da empresa supostamente favorecida abordou o informante, oferecendo-lhe uma quantia considerável para desistir do certame ou confeccionar outro envelope que seria substituído pela comissão de licitação. O empresário admitiu ainda que a estrutura metálica já estava comprada e que a obra seria de sua responsabilidade desde o início, explicando as cláusulas restritivas nos editais anteriores.
Diante da recusa do informante em aceitar o suborno, no dia da abertura dos envelopes, a polícia identificou uma funcionária da empresa entrando na prefeitura com documentos na mão, incluindo um envelope de cor parda. A empresa acabou sendo declarada vencedora do certame.
Além das irregularidades nas licitações, a investigação aponta possíveis irregularidades na construção do próprio ginásio, onde a estrutura metálica objeto das concorrências públicas seria instalada.
A operação resultou na prisão preventiva do empresário e na prisão temporária da funcionária da empresa. Quatro membros da comissão de licitação foram afastados de suas funções públicas, e os contratos assinados com a empresa foram suspensos. Dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Os esforços investigativos contaram com o apoio da Polícia Científica, da Cecor, da DIC Criciúma, da 2ª Decor de Tubarão, da 3ª Decor de Joinville e do Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Deic.