Hospital de Tubarão faz homenagem especial e diferente às mulheres

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​Generosas, resilientes, calorosas, guerreiras, cúmplices, parceiras… São tantos os adjetivos para as mulheres em tantas histórias diferentes e únicas. Mas algo elas têm em comum: um caminho de virtudes percorridas que fizeram e fazem a diferença em suas famílias, comunidades e na vida de tantas pessoas que se separam com seus exemplos. Para celebrar este Dia Internacional da Mulher – 8 de Março, selecionamos três mulheres que fazem parte do dia a dia do Hospital Nossa Senhora da Conceição e que são verdadeiras inspirações para seus colegas e as pessoas que convivem diariamente

A ​nossa lista de mulheres agrícolas começa com a história de Maria Aparecida do Nascimento Clemência (Cida), 59 anos, auxiliar de rouparia. Aquela mulher sorridente que você encontra no refeitório, nos corredores e na sala do setor organizando os uniformes e enxovais. Quem vê esta mulher ‘tagarela e bem-humorada’ não imagina que por detrás daquele sorriso tenha uma pessoa que sofreu uma grande perda de sua vida há dois anos: o Toninho. Seu grande amor, companheiro, confiante e melhor pessoa do mundo, como ela mesmo se relaciona. “Ele era minha metade, minha inspiração por 36 anos de casados. Fiquei tão feliz e todos os dias quando lembro dele meu coração cheio de saudades. É isso que carrego hoje: saudades”.

Cida ainda vive seu luto, mas diz que com o suporte da família, dos amigos, colegas e de seu trabalho tocou sua vida. “Acho que ser mulher atualmente é isso, seja forte, tenha coragem e sabedoria para entender que tudo é um processo, que nem todos os dias são dias felizes. Quem me vê sorrindo todos sempre não imagina toda a dor que passei. Mas o trabalho virou uma das minhas terapias e aqui tive muito apoio dos colegas, e elas não imaginam o quanto isso foi e é importante para mim”.

Hoje sua filha Nathalia, que é psicóloga, mora com ela e dá todo suporte que precisa. Cida faz terapia, se distrai assistiu séries, vai à igreja e tem sua rotina de trabalho. O autocuidado está em dia. Ela faz tudo para ter força e coragem para continuar sua caminhada, cuidando principalmente de si. ”Estar sorrindo é meu jeito. Sempre estou falando e rindo. Acho que sempre fui assim. Que bom que isso passa uma boa energia para as pessoas, pois esta sou eu. E para mulheres deixo esta mensagem: somos muito mais fortes do que pensamos, mesmo quando não estamos preparados para as dificuldades que a vida nos coloca. Acho que isso é da mulher, ser forte e guerreira”.

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COMPROMISSO COMO MULHER E PROFISSIONAL

Uma vida vestida de branco, com luvas, máscara e cercada de pacientes, familiares e profissionais de saúde. Zilda Maria Sandrini Furlan, 59 anos, há mais de 30 anos trabalhando como técnica de enfermagem no HNSC, retoma assim sua trajetória profissional: uma caminhada de emoções, sorrisos, abraços, recomeços e partidas.

​Entre as quatro paredes do hospital, nas suas 12 horas de trabalho, ela que hoje atua no Setor 9, cuida dos seus pacientes com muito amor e carinho. “Vim de uma geração muito humana, onde as pessoas cuidavam umas das outras, se preocupavam, tinham muito compromisso com o seu trabalho. Eu fui evoluindo com os processos, com as novas gerações, mas nunca perdi este meu jeito de acolher as pessoas”, diz.

Zilda, que é casada há 33 anos, mãe de dois filhos, Luan e o Lucas, e a avó do Miguel, falam que sempre teve esse lado de cuidadora. Na comunidade em que mora é ela que auxilia os vizinhos em casos de doenças quando precisa, sempre vai à igreja e na sua família também não é diferente. “Minha vida foi muito pautada pelo belo exemplo que tive em casa, do respeito, cuidado e amor”.

Ela conta que o compromisso com a profissão que escolheu veio desde muito cedo. “Tenho muito orgulho da mulher que me tornei. Aqui dentro do hospital cresci como pessoa e como profissional. Aprendi com os colegas e com os pacientes. Minha formação foi toda aqui. Sempre digo que hoje nós mulheres somos privilegiadas. Temos opções, podemos fazer escolhas e conquistar muitas coisas. A geração mais antiga não tinha este espaço”, ressalta. ”Não tem coisa melhor do que ouvir um elogio de um paciente, saber que você fez a diferença naquele momento de dor. Isso é muito mais gratificante. Eu acredito que este amor imenso é muito da alma feminina”.

Uma conta profissional que não perde a provisão. Ela sai do plantão às 7 horas da manhã e vai para academia, acreditem se quiser! Chega em casa, começa a organizar suas coisas e já deixa o almoço programado. Dormir, só à tarde. “Preciso me cuidar para poder cuidar dos outros. Minha saúde e provisão vem do amor que tenho pelo que faço e no cuidado que tenho comigo. Isso é fundamental”, diz. Outro ritual diário que ela tem é chegar ao HNSC e passar na capela. “Sempre rezo um Pai-Nosso e peço luz para mais uma jornada de trabalho”.

A história de Zilda continua em construção. Uma mulher ativa, preocupada com o próximo, responsável e prestativa. Ao relatar a sua vida, muitas vezes se emocionou, e entre tantas angústias que permeiam essa profissional, a falta de humanidade que o mundo apresenta, se sobressai. Técnica em Enfermagem desde nova, não sabe fazer outra coisa a não ser cuidar do outro. Esse cuidado é visível desde o momento que você conhece, ou quando ela conta uma das histórias vívidas com pacientes, com familiares ou mesmo em sua comunidade. Ela é inspiração, sinônimo de cuidado, amor e empatia. Que aprenderemos aprender com ela.

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”TEM MULHER NA ELÉTRICA Um SIM!

​Em uma área conhecida por ser a atuação masculina em meio a um mercado de trabalho marcado por desigualdades, uma transformação está acontecendo gradualmente: à medida que as mulheres conquistam seu espaço. Débora Falcão dos Santos, 34 anos, está ai para provar que uma mulher pode estar onde quiser. Atuando há 9 meses no setor de Manutenção do HNSC, ela é formada em eletrotécnica e trabalha na área desde 2020. “Sempre gostei de trazer coisas, celulares, televisão; então escolha o curso foi uma ótima opção.

Passei numa seleção do IFSC que tinha 250 inscritos. Foi para peneira e fiquei com a última vaga. Numa turma de 40, sete mulheres, fui a única delas que se formou. E o curso veio em momento difícil da minha vida e me ajudou a traçar meu caminho. Sou muito grata por isso”, conta. “Acho que era para ser, meu caminho começava ali”.

Esta Manauara, de coração já tubaronense, tem muita história para contar. Há 10 anos morando na cidade azul, ela veio para cá sozinha com um filho de um ano. Hoje mãe solteira de três: Dandara, 18; Emanuel,16; e Dhullyann, 11 anos; tem uma jornada agitada: mãe, dona de casa e profissional. “Depois que me estabeleci no Sul, meus outros dois filhos vieram morar comigo. Hoje são todo o meu suporte, eu ajudo em tudo em casa, estudei e dois deles já trabalham. “Tudo que quero é orgulho para meus filhos. Foi um desafio que encarei com dedicação, estudo e segurança, confiando no aprendizado adquirido na formação e na minha trajetória. Eu arrisquei, aproveitei as oportunidades e sei que isso fez toda diferença”, diz.

E não pensa que suas atividades param por aí: ela ainda tem disposição para academia e autocuidado. “Não é porque trabalhar em uma área técnica que me deixa cuidar. Sou mulher e gosto de me cuidar. E isso é ser mulher, é cuidar de si, ser forte, resiliente, determinada,” ressalta. “E hoje elétrica é o mais próximo que posso estar do que eu sou. Acredito que ainda há dificuldades na inserção das mulheres em alguns setores do mercado de trabalho, mas estamos conquistando cada vez mais espaço e mostrando que somos uma força a ser reconhecida. A aparente fraqueza encobre a maior fortaleza que há em nós mulheres: resiliência e coragem”.

Para todas as mulheres que trabalham na área ou que desejam estudar, Debora incentiva: “Não aceite menos do que você merece. Cada uma é um universo, permita ser o protagonista de sua história. As pessoas precisam entender que a mulher está para exigir no local de trabalho, e que em casa, ambas devem dividir suas tarefas”.

Débora ainda tem um sonho: estudar direito. “Meu sonho é ser Promotora de Justiça e ninguém vai me dizer que não posso. Eu sou assim, determinado e não deixo as oportunidades passarem. Ou você perde o medo, ou perde a oportunidade”.​

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