
A funcionária pública municipal, Claudia Machado, ostenta com orgulho, nesta terça-feira (2), a camiseta que exibe o símbolo de sua batalha. Como mãe de Bruno, de 10 anos, ela celebra a conquista dos direitos do filho, que possui Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Em Gravatal, a Lei Municipal Nº 2.186, de 16 de dezembro de 2021, estabelece a “política municipal de proteção dos direitos da pessoa com transtorno do espectro autista”. Além disso, ela determina a criação da carteira de identificação da pessoa com TEA no âmbito do município, orienta os estabelecimentos públicos e privados de Gravatal a incluírem o símbolo mundial do autismo em suas placas de atendimento prioritário, e providencia outras medidas.
“Com essa lei, temos direito ao tratamento prioritário e possuímos a carteirinha que identifica a condição do meu filho. Isso é importante porque o autismo não tem uma ‘cara’. Quando você chega com uma criança em algum lugar, as pessoas não vão automaticamente reconhecer que ela é autista. Mas, com a carteirinha em mãos, fica mais fácil de comprovar”, descreve a mãe.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o autismo afeta uma em cada 100 crianças em todo o mundo. Nesta terça-feira (2), no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, o objetivo é disseminar informações sobre essa condição do neurodesenvolvimento humano e reduzir o preconceito que cerca as pessoas afetadas pelo Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O TEA é caracterizado por dificuldades na comunicação e na interação social, podendo envolver outras questões, como comportamentos repetitivos, interesses restritos, problemas em lidar com estímulos sensoriais excessivos (como som alto, cheiro forte, multidões), dificuldades de aprendizagem e a adoção de rotinas muito específicas.
Inclusão já!
A conscientização e ações em prol de uma sociedade mais inclusiva para pessoas com autismo vão além das legislações específicas. Além da Lei Municipal Nº 2.186 em Gravatal, outras leis e práticas saudáveis podem ser implementadas para garantir o bem-estar e os direitos das pessoas com TEA. Algumas sugestões incluem:
Leis de inclusão: Implementação de leis que garantam a inclusão de pessoas com TEA em todos os aspectos da vida social, educacional e profissional. Isso pode incluir cotas de emprego, acessibilidade em espaços públicos e privados, e garantia de acesso a serviços de saúde e educação.
Programas de sensibilização: Desenvolvimento de programas de sensibilização nas escolas, empresas e comunidades para promover o entendimento sobre o autismo, reduzir o estigma e promover a aceitação.
Treinamento para profissionais: Oferta de treinamento e capacitação para profissionais de saúde, educação e serviços sociais sobre como melhor atender às necessidades das pessoas com TEA.
Ambientes amigáveis: Promoção de ambientes físicos e sociais que sejam amigáveis e acessíveis para pessoas com autismo, incluindo salas de aula sensoriais, espaços tranquilos em locais públicos e eventos com sensibilidade às necessidades sensoriais.
Apoio às famílias: Implementação de programas de apoio às famílias de pessoas com autismo, oferecendo orientação, recursos e serviços para ajudá-las a lidar com os desafios do dia a dia.
Acesso a terapias: Garantia de acesso a terapias e intervenções comprovadas para pessoas com TEA, como terapia comportamental, terapia ocupacional e fonoaudiologia, através de serviços de saúde pública ou subsídios para famílias de baixa renda.
Incentivo à atividade física e saúde mental: Promoção de programas de atividade física adaptada e apoio à saúde mental para indivíduos com TEA, reconhecendo os benefícios físicos e psicológicos que a prática regular de exercícios pode trazer.
Inclusão nas artes e esportes: Estímulo à participação de pessoas com autismo em atividades artísticas, culturais e esportivas, proporcionando oportunidades de desenvolvimento de habilidades, expressão criativa e integração social.
Ao implementar essas medidas, as comunidades podem criar ambientes mais inclusivos e acolhedores para pessoas com autismo, garantindo que elas tenham as mesmas oportunidades e qualidade de vida que todos os cidadãos.









