Uma frota de navios de guerra da Rússia chegou a Cuba para exercícios militares no Mar do Caribe. O comboio é formado por uma fragata, um submarino nuclear, um navio petroleiro e um rebocador de resgate. Analistas avaliam o ensaio, a pouco mais de 100 quilômetros da costa americana, uma projeção de força à medida que crescem as tensões sobre o apoio ocidental à Ucrânia.
Adornada com as bandeiras russa e cubana a fragata principal foi recebida com uma salva de 21 canhões em Havana. Os marinheiros russos a bordo do navio se posicionaram em formação militar ao se aproximarem da ilha. Alguns residentes cubanos pararam para tirar fotos dos navios que chegavam. Autoridades americanas dizem que os navios russos devem permanecer na região até setembro e, possivelmente, também devem parar na Venezuela.
Aliança de longa data
Russia mantem enlaces com Venezuela e de Cuba. Desde os tempos de Fidel Castro e Hugo Chávez, seus navios de guerra e aeronaves têm feito incursões periódicas no Caribe. O exercício atual, no entanto, ocorre depois de o presidente Joe Biden autorizar a Ucrânia a usar armas americanas para atacar alvos dentro da Rússia. Isso fez com que o líder russo Vladimir Putin sugerisse que seus militares poderiam responder com “medidas assimétricas” em outras partes do mundo.
“Acima de tudo, os navios de guerra são um lembrete para Washington de que é desagradável quando um adversário se intromete em seu país vizinho”, disse Benjamin Gedan, diretor do Programa para a América Latina do Wilson Center, um think tank com sede em Washington. “Isso também lembra aos amigos da Rússia na região, incluindo os antagonistas dos EUA, Cuba e Venezuela, que Moscou está do lado deles.”
Embora a frota inclua um submarino de propulsão nuclear, uma autoridade sênior do governo Biden disse que a comunidade de inteligência determinou que nenhuma embarcação está transportando armas nucleares. A autoridade, que falou sob condição de anonimato para fornecer detalhes que não haviam sido anunciados publicamente, disse que os destacamentos da Rússia “não representam uma ameaça direta aos Estados Unidos”.
Os navios russos ocasionalmente atracam em Havana desde 2008. Em 2015, um navio de reconhecimento e comunicações chegou sem aviso prévio a Havana um dia antes do início das discussões entre autoridades americanas e cubanas sobre a reabertura das relações diplomáticas.
Tenção entre as Coreias do Sul e do Norte
As forças sul-coreanas dispararam tiros de advertência no domingo (9), depois que as tropas norte-coreanas cruzaram acidentalmente sua fronteira comum, disseram os militares de Seul, enquanto as tensões aumentavam na península coreana após uma série de trocas retaliatórias entre os dois lados.
Numa coletiva de imprensa nesta terça-feira (11), os militares sul-coreanos pareceram minimizar a importância do tiroteio, dizendo que os soldados norte-coreanos recuaram rapidamente e não pareciam ter a intenção de invadir o lado sul, com base em informações que não podem ser tornadas públicas.
“Não houve movimentos incomuns além do exército norte-coreano movendo-se imediatamente para o norte após nossos tiros de advertência”, disse o coronel Lee Sung-jun, porta-voz do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul. “Os militares sul-coreanos estão monitorando de perto os movimentos dos militares norte-coreanos e tomando as medidas necessárias”.
O relato do incidente ocorre em meio ao aumento das tensões, depois que centenas de balões cheios de lixo lançados do Norte pousaram no Sul e o governo de Seul retomou as transmissões de propaganda em alto-falantes através da fronteira.
Kim Yo Jong, a poderosa irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, alertou na noite de domingo que a retomada das transmissões em alto-falantes era “um prelúdio para uma situação muito perigosa” e que a Coreia do Sul estaria sujeita a uma “nova contra-ação” não especificada do Norte se continuasse com a tática.
A zona desmilitarizada que divide a Coreia do Norte e a Coreia do Sul é uma das fronteiras mais fortemente armadas do mundo. Cercada por cercas altas e repleta de minas terrestres, está praticamente vazia de atividade humana.
O incidente de domingo marcou o primeiro caso de tiroteio dentro da DMZ desde 2020, quando houve uma troca acidental de tiros entre as duas Coreias, disse Lee, porta-voz do Estado-Maior Conjunto.