A carta ao Proerd sobre a trajetória de vida de uma criança venezuelana que veio para o Brasil com a família foi a trilha sonora da apresentação de Deiner Zerpa. Aos 11 anos, ele já esteve em dois pódios do Festival de Dança de Joinville neste ano, com um tema bastante especial.
Na edição de 2024, ele ficou em segundo lugar no Festival Meia Ponta solo masculino de danças contemporâneas, com a coreografia “Ensinando a dizer não”. A apresentação conta, pela perspectiva e voz de Deiner, a importância que o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) teve na vida dele após a vinda da Venezuela para o Brasil.
O jovem bailarino é membro do grupo Parque Diamante, da Alex Martins Cia, de Capivari de Baixo, Sul de Santa Catarina. Segundo o próprio Alex, após o primeiro lugar do ano passado, a equipe da escola passou a procurar uma história interessante para a 41ª edição. “A gente não vem procurando por colocações, a gente vem para entender que o melhor deles está sendo apresentado”, explica Alex. “Nesse meio tempo, ele [Deiner] escreveu a carta para o Proerd e até ganhou uma bicicleta”, conta o professor.
Carta sobre o Proerd
Todo o processo de contato com o Proerd foi transformador na vida de Deiner Zarpa, recém-chegado da Venezuela com a mãe e os três irmãos. Por isso, decidiu escrever uma carta para o programa. Ele inicia o texto citando a violência e drogas que tinha contato no país natal e conclui com a importância do Proerd na vida de jovens que, assim como ele, nascem imersos em realidades difíceis.
“No futuro, que eu possa levar esse programa para minha terra de origem”, ele diz no fim da carta. O texto foi tão impactante em Capivari de Baixo que foi lido durante a formatura do Proerd. Durante o evento, Deiner ganhou uma bicicleta da Polícia Militar, que passou a usar para ir à escola. Além disso, o coreógrafo dele transformou a carta em uma coreografia para ele apresentar no Festival Meia Ponta.
Fonte: O Município