A população de Laguna segue sendo vítima de um jogo de interesses políticos que mantém a cidade em estado de inércia.
O julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), que questiona o regimento interno da Câmara Legislativa e, consequentemente, a validade das eleições internas, foi mais uma vez travado por um pedido de vistas, adiando qualquer decisão para o dia 19 de março.
O relator do caso votou corretamente pela manutenção da cautelar, o que determinaria a volta da legislação anterior, garantindo rotatividade e alternância de poder no Legislativo.
Além disso, uma nova eleição deveria ter ocorrido em um prazo de cinco dias.
No entanto, em um típico conchavo político, um desembargador usou a prerrogativa do pedido de vistas para adiar a decisão e perpetuar a inoperância da Casa Legislativa.
O que isso significa na prática? Simples: Laguna continua sem uma Câmara Legislativa funcionando de forma efetiva. O município segue sem representatividade real, sem fiscalização sobre o Executivo e sem a atuação necessária para garantir políticas públicas eficientes.
A Prefeitura, que já vinha num ritmo lento e desorganizado, agora se escora na paralisação do Legislativo para justificar ainda mais sua falta de ação.
A realidade é dura e inquestionável: enquanto políticos brincam com a democracia e fazem manobras para manter o controle nos bastidores, a população lagunense paga o preço.
Os interesses pessoais e de grupos específicos continuam ditando os rumos da cidade, enquanto problemas essenciais como infraestrutura, saúde e segurança são ignorados.
E se a inércia política já não fosse suficiente, a atual gestão municipal tem se mostrado incompetente em praticamente todas as áreas. Um exemplo claro do descaso é a coleta de lixo, que se tornou um problema crônico na cidade. Ruas e bairros estão tomados pelo lixo, sem qualquer planejamento eficiente para a coleta e destinação adequada dos resíduos. A situação chega a ser vergonhosa: moradores convivem com mau cheiro, proliferação de insetos e um cenário de abandono que só reforça o desprezo da Prefeitura pelo bem-estar da população.
A administração municipal simplesmente não tem gestão. Falta comando, falta planejamento e, acima de tudo, falta vontade política para resolver os problemas básicos da cidade. Enquanto isso, Laguna afunda no caos da inoperância, e seus cidadãos seguem pagando impostos sem ver qualquer retorno em serviços públicos de qualidade.
A indignação dos cidadãos deveria ser traduzida em mobilização e cobrança, pois, se a política em Laguna continuar nesse ritmo, a cidade será refém da própria omissão de seus representantes. Até quando a população aceitará ser feita de boba por uma elite política que só quer manter seu próprio poder?