Gilberto Waller Júnior assume o cargo em meio a investigações que apontam prejuízo bilionário aos beneficiários

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou nesta quarta-feira (30) o procurador federal Gilberto Waller Júnior como novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) . A substituição ocorre após a saída de Alessandro Stefanutto , que foi afastado da carga por decisão judicial em meio a uma operação que investiga supostas fraudes no instituto.

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A nomeação foi oficializada por meio de publicação em edição extra do Diário Oficial da União , assinada pela ministra-chefe substituta da Casa Civil, Miriam Belchior.

Perfil técnico

Segundo o Palácio do Planalto, a escolha de Waller representa um movimento do governo federal para fortalecer o caráter técnico da gestão do INSS. O novo presidente é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, com especialização em combate à corrupção e lavagem de dinheiro. Possui longa trajetória no serviço público, com passagens pela Corregedoria-Geral do INSS, pela Ouvidoria-Geral da União e, mais recentemente, pela Corregedoria da Procuradoria-Geral Federal, vinculada à Advocacia-Geral da União (AGU).

Entenda o caso

A mudança no comando do instituto ocorre após uma operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelar um esquema nacional de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões de segurados do INSS. As fraudes, segundo as autoridades, envolveram associações e sindicatos que cobraram contribuições sem a autorização dos beneficiários.

A investigação aponta que entre 2019 e 2024 cerca de R$ 6,3 bilhões foram movimentados. Parte desse valor teria sido descontada de forma irregular. A operação resultou em 211 mandados judiciais , incluindo seis prisões temporárias e ordens de sequestro de bens no valor de R$ 1 bilhão . Além de Stefanutto, outros cinco dirigentes do INSS foram afastados.

Repercussão

Em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Previdência, Carlos Lupi , afirmou que já tinha conhecimento das denúncias desde 2023. Ele alegou, no entanto, que as exceções internas foram tomadas assim que os ganharam força, e negou a responsabilidade direta pela gestão do órgão.

“Quem é responsável institucionalmente é seu presidente”, declarou Lupi. Ele também pediu que o afastamento do então diretor de Benefícios, André Fidelis, fosse constatado lentidão na condução de auditorias internacionais.

Medidas futuras

A expectativa do governo federal é que a nova gestão do INSS, sob o comando de Gilberto Waller, adote medidas para fortalecer os mecanismos de controle, melhorar a transparência e recuperar a confiança da população no sistema previdenciário.

Mais informações e o conteúdo completo da nomeação estão disponíveis no site oficial do Governo Federal e no Diário Oficial da União.