Familiares dos alunos da Associação dos Pais Amigos dos Excepcionais (Apae) de Tubarão, afirmam que os estudantes têm encontrado dificuldades para obter tratamento especializado. Desde o início do ano com o afastamento de uma única fonoaudióloga por licença maternidade e posteriormente, após a contratação de outra profissional, muitos discentes não foram atendidos.
Os beneficiários não conseguem dar continuidade aos atendimentos para o tratamento, já que a maioria não tem condições de arcar com os custos na rede privada de saúde. Algumas mães procuraram o portal Além da Deficiência, para relatar sobre a falta de profissionais na instituição e os problemas que a falta do tratamento adequado acarreta. Em julho, o Além da Deficiência abordou sobre o caso.
Conforme a diretora da Apae de Tubarão, Daniela Réus, a fonoaudióloga que prestava serviço para a unidade possuía carga horária de 28 horas semanais sob regime de contratação CLT. Pouco antes do término de sua licença-maternidade, a colaboradora informou que não retornaria ao trabalho e formalizou o seu pedido de desligamento ao final do período de licença.
De acordo com Daniela, como se tratava de vínculo celetista, não foi possível encontrar outra profissional que aceitasse exercer a função com a mesma carga horária e remuneração anteriormente oferecidas. “A fim de não deixar a instituição desassistida na área de fonoaudiologia foi contratada uma prestadora de serviços autônoma, com remuneração por atendimento realizado. Inicialmente, a carga horária foi de 8 horas semanais, destas 4 horas destinadas às avaliações diagnósticas, necessárias para compor a equipe mínima exigida e 4 horas para atendimentos clínicos”, explica.
Recentemente, foi possível ampliar a carga horária em mais 4 horas semanais, totalizando 12 horas de atendimento fonoaudiológico. “Por se tratar de uma especialidade com alta demanda e escassez de profissionais disponíveis para contratação em regime CLT, a alternativa viável tem sido a contratação por atendimento. Para manter e ampliar esse serviço, a instituição tem buscado continuamente recursos por meio de projetos e eventos, visando aumentar o número de atendimentos oferecidos”, relata.
Vale ressaltar que uma das mães que buscou o portal relatou que em mais de 10 anos que é aluno da instituição, nunca havia ficado um período tão grande sem atendimento, pois está o ano inteiro sem nenhum atendimento fonoaudiógico. Além disso, outra mãe, recentemente comentou com a equipe do Além da Deficiência, que desde que seu filho ingressou na instituição, jamais teve atendimento com profissional de fonoaudiologia.
A diretora também pontua que o serviço do Saesp é estritamente para os alunos que estão no serviço pedagógico. Ela afirma que não há a possibilidade de atender as pessoas que estão fora das diretrizes da FCE e da sala de aula. Seja na saúde, no social e em todos os serviços da instituição.
Normalmente quando um aluno entra para o ensino regular, ele fica até os 17 anos, no entanto, na Apae ele é atendido a vida toda. “Mesmo que quiséssemos contratar mais profissionais, encontramos dificuldades. Não temos estrutura para ampliar a equipe. Houve um tempo que nossa fila de espera teve mais de 100 pessoas porque diferente do ensino regular, os alunos da Apae permanecem por toda vida”, assevera.
A cada mês, 22 pessoas passam por avaliações pelo Sistema único de Saúde (SUS), pelo sistema que é encaminhado da regulação do município. “Se destes, dez apresentam deficiência intelectual e fizerem matrícula na Apae, por mês, temos dez novos alunos. A demanda só aumenta”, finaliza.

Fonte: Além da Deficiência
















