A transformação de uma marca popular em ferramenta de discurso político.
A nova propaganda da Havaianas, estrelada por Fernanda Torres, não chama atenção pela criatividade nem pela qualidade artística. O que realmente se destaca é a escolha consciente de transformar uma marca popular em instrumento de ativismo político.
Fernanda Torres nunca se destacou por grandes performances ou por versatilidade artística. Sua presença recorrente em campanhas e espaços de visibilidade não se sustenta pelo talento, mas pelo alinhamento ideológico. Trata se de uma figura declarada da esquerda cultural, frequentemente utilizada como símbolo de um discurso que insiste em ocupar todos os espaços, inclusive a publicidade.
A Havaianas construiu sua história como um produto simples, acessível e genuinamente brasileiro. Uma marca que atravessou gerações sem precisar ensinar o consumidor a pensar ou a se posicionar politicamente. Ao optar por uma campanha carregada de simbolismos e por um rosto fortemente alinhado a um campo ideológico específico, a empresa abandona a neutralidade comercial e entra deliberadamente no terreno da militância.
É importante também observar quem está por trás da marca. As Havaianas pertencem à Alpargatas, ligada ao grupo controlador associado ao Itaú Unibanco, um dos grandes financiadores da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A escolha do discurso e da porta voz, portanto, não é aleatória. Há coerência entre quem financia, quem comunica e a narrativa que se pretende impor ao público.
O problema, porém, não se limita à imagem institucional da marca. Infelizmente, quem sofrerá as consequências diretas dessas decisões são os franqueados. Pequenos e médios empresários que investem, geram empregos e dependem da aceitação do produto pelo público local. Eles não participam das decisões ideológicas, mas acabam pagando a conta quando consumidores se afastam, boicotam ou simplesmente deixam de se identificar com a marca.

Imagens/Divulgação
Quando empresas trocam o foco no produto por narrativas políticas, assumem o risco de dividir um público que sempre foi plural. Marcas que dividem deixam de ser símbolo nacional e passam a representar apenas um grupo, enquanto quem está na ponta tenta sobreviver às decisões tomadas nos escritórios corporativos.
No fim, a campanha não valoriza o Brasil real nem o consumidor comum. Apenas reforça uma estratégia já conhecida de ocupar espaços comerciais com discursos que não representam a maioria, mas fazem muito barulho.
Publicidade deveria vender produto. Quando tenta vender ideologia, perde o essencial, a conexão verdadeira com quem está do outro lado, e deixa prejuízos para quem menos tem culpa.
Aos leitores
Deixo aos leitores da coluna o meu desejo de um Natal de reflexão, serenidade e união familiar. Que este tempo renove a fé, fortaleça os laços e nos inspire a seguir mais atentos, conscientes e firmes na defesa do que é simples, verdadeiro e essencial. Que não nos falte coragem para pensar com autonomia, nem esperança para acreditar em dias melhores para o nosso Brasil.
Feliz Natal, com saúde, lucidez e paz.
@sabrinazminatto


















