Fatos na Cidade: Laguna e Jaguaruna: do Rigor à Permissividade

Esta semana dois prefeitos da região da Amurel lançaram decretos proibindo o trânsito de veículos automotores nas faixas de areia das praias de seus municípios. Foi ocaso das cidades de Jaguaruna e Laguna. Só que esses decretos resultaram gerando polêmicas entre veranistas, moradores e especialistas ambientais.

Para muitos o decreto emitido pelo prefeito Peterson Crippa da Silva de Laguna é visto por especialistas ambientais como uma “meia-medida”. Embora o texto tente disciplinar o uso da orla, ele mantém a permissão para veículos nas Praias do Gi, Canto do Gi e Praia do Sol.

Multa de R$ 200,00: O valor praticado após oito anos de espera é considerado simbólico. Críticos argumentam que o montante não inibe proprietários de veículos de alto valor (como veículos 4×4, quadriciclos e motocicletas) de invadirem a areia, funcionando quase como um “ingresso pago” para desrespeitar a natureza.

Aos olhos ambientais liberando as praias do Gi, canto do Gi e a Praia do Sol, O prefeito autoriza a criação de uma zonas de alta pressão ambiental. O solo acabou compactado pelos pneus impedindo o crescimento da restinga afetando o ciclo de reprodução da fauna local.

Além da liberação do tráfego de veículos nessas três praias, o decreto libera ainda, “eventos que promovam o turismo”. Esta brecha também é apontada como perigosa, pois permite que interesses comerciais se sobreponham à proteção ambiental de forma discriminatória.

O Abismo Ambiental entre Jaguaruna e Laguna

Enquanto Jaguaruna cega suas dunas e áreas de banho com fiscalização tecnológica e proibições severas, Laguna oficializa decretos que mantêm praias como “estacionamentos” e fixam multas consideradas irrisórias.

As cidades vizinhas de Jaguaruna e Laguna, no Sul de Santa Catarina, tomaram caminhos opostos na gestão de sua faixa de areia para a temporada de 2026. O fechamento do cerco contra veículos em Jaguaruna contrasta com a recente decisão do governo de Laguna, que, ao regulamentar uma lei de 2017, optou por manter “oásis” para o tráfego de automóveis em praias icônicas.

Jaguaruna: Preservação sem brechas 
A nova legislação de Jaguaruna chegou forte, aprovada pelo Poder Executivo com respaldo da Câmara de Vereadores, não deixa margem para interpretações. O município distribui uma autorização total de circulação e estacionamento em Áreas de Preservação Permanente (APPs), o que inclui dunas, restingas e lagoas.

O maior destaque é a restrição na faixa de areia durante a alta temporada (1º de dezembro a 31 de março). A medida visa proteger a vida dos banhistas e a integridade da vegetação costeira. A única exceção é a pesca artesanal, que passa por um controle rigoroso de cadastro. Para garantir o cumprimento, a prefeitura investiu em monitoramento por drones e fiscalização conjunta com a Polícia Militar Ambiental, enquadrando infratores não apenas em multas de trânsito, mas em crimes ambientais federais.

A diferença de postura gera dois tipos de público:

Jaguaruna, atrai o turista que busca tranquilidade, segurança para crianças e contato com a natureza preservada.

Laguna, ao manter a permissão de veículos em praias selecionadas, continua sendo o destino de quem não abre mão da comodidade do carro na areia, mas paga o preço com a manipulação acelerada das paisagens naturais.

A pergunta que fica para os administradores de Laguna é : até quando o ecossistema suportará ser tratado como via pública em nome de uma conveniência passageira? Enquanto Jaguaruna olha para o futuro, Laguna parece ainda presa aos costumes de décadas passadas.

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