Após dois dias de julgamento, familiares de Isadora puderam assistir, emocionados, ao momento em que a Justiça reconheceu a responsabilidade do réu pela morte da jovem. Na madrugada desta sexta-feira (5/9), após quase 30 horas de julgamento no Tribunal do Júri de Imbituba, os jurados condenaram o acusado. A pena foi fixada em 12 anos de reclusão em regime inicial fechado.
O Conselho de Sentença acompanhou com atenção as provas apresentadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), representado pela Promotora de Justiça Patricia Zanotto e pelo Promotor de Justiça Geovani Werner Tramontin, integrante do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI), do MPSC. Os jurados consideraram comprovado que o réu praticou homicídio qualificado pela qualificadora do feminicídio.
Crime
O crime ocorreu na manhã de 8 de maio de 2018. Após uma noite de consumo de álcool e drogas, Isadora telefonou, por volta das 6 horas, para a irmã do réu pedindo que fosse até a casa dele, relatando que o namorado passava mal em razão do uso de entorpecentes. O pedido de socorro teria irritado o acusado, porque assim sua família saberia do consumo de drogas.
Cerca de 30 minutos depois, após a saída da irmã e do cunhado da casa, o réu imobilizou a jovem e passou a agredi-la, causando trauma abdominal e a ruptura da veia cava em decorrência da violência física. A perícia afastou a hipótese levantada pela defesa de que Isadora teria morrido em razão de overdose.
Mesmo diante da gravidade das agressões, o réu demorou a acionar socorro. Entre 7h15 e 7h30, ligou duas vezes para um amigo médico, relatando que a namorada estava convulsionando, e apenas depois acionou o serviço de emergência. Quando os socorristas chegaram ao apartamento, Isadora não apresentava sinais de convulsão, mas estava inconsciente. Encaminhada ao hospital, a jovem não resistiu.
“Foram dois dias exaustivos, são mais de cinco mil páginas de processo para estudar, mais de 50 horas de vídeo, um júri de estudo exaustivo e de trabalhos exaustivos. A maior tribuna do Brasil, representada pelo doutor Quaresma e pelo doutor Aury Lopes. Mais uma vez o Ministério Público cumpriu com a sua função de defesa da vida e também em defesa das mulheres nesse crime de feminicídio“, pontuou o Promotor de Justiça Geovani Werner Tramontin.
“Após sete anos da prática do delito foi feita justiça na Comarca de Imbituba com a condenação do acusado. Além da condenação da pena de reclusão, foi determinada a perda do cargo público“, completou a Promotora de Justiça Patricia Zanotto.
O pai, Rogério Froner Costa, falou sobre o alívio parcial que a condenação trouxe à família. “Contente eu não vou estar, mas com a consciência aliviada, o coração um pouco mais leve pra nós tentarmos recomeçar a nossa vida”. A irmã gêmea de Isadora, Mariana Viana Costa, lembrou a falta da companheira de vida. “A Isadora era a minha melhor amiga e eu nunca mais vou poder ter ela na minha vida
Já a mãe, Cibelle Viana Costa, agradeceu a atuação do Ministério Público e destacou o vazio eterno deixado pela filha. “Eu quero ressaltar a atuação do Promotor e da Promotora que foi excelente, ficamos muito satisfeitos e dizer que a minha dor nunca mais vai embora, que eu vou ter que conviver o resto da minha vida com essa falta da minha filha, mas que o nome e a história dela foram honrados”.
O julgamento foi acompanhado, além dos familiares, por amigos da vítima e pela comunidade em geral. Durante os dois dias de sessão, o salão do júri esteve lotado. O réu teve negado o direito de recorrer em liberdade, sendo encaminhado ao presídio para início do cumprimento da pena.
MPSC/Divulgação/SulSC
O julgamento foi acompanhado, além dos familiares, por amigos da vítima e pela comunidade em geral. Durante os dois dias de sessão, o salão do júri esteve lotado. O réu teve negado o direito de recorrer em liberdade, sendo encaminhado ao presídio para início do cumprimento da pena.
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