Pesquisa aponta que população cresceu apenas 11,52% nos últimos 12 anos

Criciúma vai contestar dados do Censo 2022 do IBGE na Justiça

Uma ação junto à Justiça Federal, para contestar os resultados publicados do último Censo Demográfico divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi ajuizada pelo município de Criciúma. O objetivo é exigir que a União, por meio do IBGE, revise os números da pesquisa de 2022, que aponta uma população de 214.088 habitantes no município.

Conforme a administração municipal, a precisão dos dados afeta diretamente a implementação de políticas públicas, na medida que estas exigem diagnósticos sociais. “Temos mais de 240 mil habitantes em Criciúma. Andando pela cidade, é possível observar o desenvolvimento por todos os lados. Os serviços de ligação de água e esgoto tiveram um aumento de 46,4% no município. As quatro empresas que prestam serviços de energia elétrica registraram aumentos expressivos. Somente na área de cobertura da Cermoful, o crescimento foi de 103,5%. Analisando os dados, é evidente que os números divulgados estão subestimados”, comenta o prefeito, Clésio Salvaro.

De acordo com os números apresentados pelo IBGE, a população de Criciúma teria crescido, nos últimos 12 anos, apenas 11,52%, tendo um aumento de 0,96% a cada ano. Dados que contrariam a média de crescimento de 1,28% para o município nos últimos 30 anos. Em contrapartida, levantamentos oficiais, encaminhados por prestadores de serviços à população, mostraram que a cidade obteve um aumento ainda maior.

Um segundo fator que a administração pública contesta os resultados do último Censo são os dados da pesquisa realizada no município em julho de 2023, pelo Instituto Catarinense (IPC). “O objetivo do levantamento foi identificar o percentual dos domicílios que não responderam o Censo 2022, a fim de calcular se o número teria interferido no resultado. A pesquisa quantitativa mostrou que, em média, 26,8% das pessoas não responderam o Censo Demográfico, percentual que certamente faria diferença nos dados finais a serem computados para Criciúma”, destaca o prefeito.

 

Prejuízos causados

Ainda segundo o prefeito, o apontamento equivocado do número de habitantes interfere em uma série de fatores, como o recebimento de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS), distribuídos de acordo com o número de habitantes. Salvaro ainda destaca que o tamanho populacional também cumpre função normativa no sistema político legal brasileiro, como na definição de vagas no sistema de representação política e na repartição dos recursos públicos arrecadados, sendo uma importante fonte de dados. “Os números são fundamentais, ainda, para a mensuração das atividades administrativas, no que diz respeito às concessões, que requerem o apontamento preciso da população para a prestação dos serviços”, finaliza.

Fonte: Litoral Sul

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